Sempre tive muitas alergias. Perde-se a conta das horas que passei no hospital, regra geral ao fim-de-semana ou à noite, só para estragar os planos dos recém-papás, por causa da asma, da bronquite, da rinite, ...
Mas se havia coisa que, quando era miúda, me provocava um gigantesco ataque de comichão era falarem de mim a alguém como "a minha namorada".
A asma brônquica ou bronquite asmática ou lá o que era abrandou com a idade. A outra alergia exacerbou-se. Fico logo com tossiqueira quando alguém diz "o meu marido". Então e "a minha esposa"? Arrrgghhhh! E que tal passarem a dizer, a partir de agora, "a minha esposa, a agrilhoada"? Já estou com vermelhidão só de pensar nisso!
Eu digo sempre o Pedro isto, o Pedro aquilo. E toda a gente percebe! Claro que, às vezes...
- Olha, nisso divisão das tarefas domésticas, o Pedro é impecável.
- Pedro? Quem é o Pedro?
- É um criado de barba rija que lá tenho, com a maçã de Adão saliente, músculos bem definidos, unhas cortadas e limadas, pêlos todos rapadinhos, que faz a limpeza da casa só com um avental de tamanho xxs!
(A asma passou, mas de vez em quando volta. Não posso limpar o pó nem aspirar, os vapores da cozinha não me fazem bem, nem o cheiro dos produtos de limpeza! Não vá Pedro querer receber o salário no fim do mês sem fazer nenhum!)