Ontem à noite, esta casa testemunhou algo que me deixou boquiaberta: o meu avô de 92 anos, que já se arrasta um bocadito para chegar ao café, jogou à bola com o João com uma genica fantástica, com direito a fintas e grandes acrobacias!
As crianças despertam-nos a juventude (como eu gostava de me lembrar disto nas noites em que não dormi nada para lhe dar de mamar...) e ajudam-nos a regressar aos tempos em que éramos mais nós do alguma vez voltaremos a ser.
O pirata trouxe-me tanto de novo, mas também me lembra todos os dias de quem me compõe. Lembra-me o gosto pelas coisas do campo dos meus avós paternos, o sorriso protector da minha avó materna, as mãos ternas do meu tio, a cara e o cabelo inesquecíveis do meu irmão, o incrível engenho do meu pai, a inteligência encantadora da minha mãe e, pelos vistos, segundo a própria, o indiozinho também tem o queixo igualzinho ao da minha tia paterna.
Parece que herdou o jeito para futebol do meu avô materno. Ah! Os bons velhos tempos do Sport Progresso de Paranhos...