Na quinta foi um ai ai ai que está tão bom tempo, levanta-te a correr, sai depressa e não voltes tão cedo, de modos que só tive tempo de mandar uma mistela qualquer para dentro do micro e saiu de lá este pudim ma-ra-vi-lho-so: desapareceu da mesa em dois minutos.
Hoje houve cenourinha coberta de chocolate. Neste preciso momento o Pedro exercita os incisivos na mão que não está a escrever e o João, que perdeu o último jogo comigo e ainda tem algumas questões por resolver com os erres, grita da sala quedo a desfoda! Quedo a desfoda! Acho que vou fazer por perder o próximo jogo, pelo sim pelo não.
mais memórias para:
verdepinheiroemsepia@gmail.com
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domingo, 28 de abril de 2013
domingo, 21 de abril de 2013
Voltei a ter aquele sonho. Sempre que o tenho, acordo e penso que é talvez a segunda vez que acontece, mas com a sensação de ser a quadragésima. Já o sei de cor. Cada pormenor. E depois não consigo voltar a adormecer. É terrível, mas bonito. É tão terrível que é bonito. Ou tão bonito que é terrível. O sono dá-me cabo das ideias.
Vamos todos fingir que quando me ausento daqui durante uns tempos é porque estou a dourar numa qualquer praia das Maldivas.
Uma pessoa chega de férias e o que é que vem encontrar?
... foi publicada a lista não sei quê de uns porcos que vão não sei quê não sei que mais em Viseu...
... foi publicada a lista de vagas não sei quê mas parece que a outra metade de lista que dá emprego às pessoas não sei quê não sei quê...
... Portugal tem a não sei quê pior economia do mundo...
... desgraças atrás de desgraças que se não é a natureza é o Homem se não é o Homem é a natureza e não sei quê...
Para compor o ramalhete, o Porto pode vir a não ganhar nada este ano. E pior! Ainda não consegui ver a final do Masterchef Autralia entre a Lucy Liu e a minha professora de Ciências do 9º ano.
Ora porra! Estava melhor nas Maldivas!
Diz-me lá outra vez por que é que a minha pulseira ainda não está completa!!!!
Isto não está a surtir o efeito desejado. Vamos lá tentar outra vez. Eu sou persistente.
Preciso de acabar umas coisas que tenho que entregar amanhã.
Certo! É melhor adiantar isto senão nem à meia-noite jantamos!
Atravesso o corredor com o Pedro ao colo a puxar-me o cabelo, o João a arrastar-se pelo chão agarrado à minha perna, debaixo do outro braço levo o cesto de roupa para passar, ouve-se a máquina a lavar mais roupa e o exaustor por cima de tachos onde fervilha o jantar. Passo pela despensa e esqueço-me do que ia buscar.
Sua excelência está no computador. Não sei que trabalho é aquele que faz o som de um jogo irritante.
Mesa posta, comida à espera, miúdos sentados, dou os últimos retoques ao estendal enquanto preparo a mochila do mais velho. Vou novamente à despensa e volto a não me lembrar do que ia buscar.
O som do jogo trabalho é substituído pelo dos passos que se aproximam.
Senta-se. Levanta-se.
Bem, vou buscar guardanapos, que se não sou eu ninguém faz nada nesta casa!
Senta-se. Levanta-se.
Bem, vou buscar guardanapos, que se não sou eu ninguém faz nada nesta casa!
segunda-feira, 15 de abril de 2013
Diz-me lá outra vez qual é a gaveta dos bodies #3
Alguém conhece suportes para papéis que possamos afixar?
É que agora os recibos do colégio do João guardam-se no tejadilho do carro.
É que agora os recibos do colégio do João guardam-se no tejadilho do carro.
domingo, 14 de abril de 2013
Diz-me lá outra vez qual é a gaveta dos bodies #2
Lavei a tua toalha. Quando fores tomar banho tens que ir buscar outra à gaveta. Não te esqueças que mudei tudo de sítio, como já te tinha dito. As toalhas foram para a cómoda, porque as coisas dos miúdos estão agora guardadas no armário.Vou dar de mamar. Por favor não apareças senão o garoto não mama nada em condições.
Certo.
(...)
Já mamou?
Já. Podes entrar à vontade.
Pá, assim sim! Finalmente uma toalha em condições, macia, que seca bem, uma toalha como eu gosto!
Não percebo a tua admiração! Já a usas há que tempo e nunca tinhas falado assim dela!
Pois, não sei, gostei mesmo desta toalha. E não tenho ideia de a ter usado antes. Olha, é esta.
Oh que caralho! Eu não acredito! Onde foste buscá-la?
Ao mesmo sítio de sempre: à última gaveta do armário no quarto dos miúdos.
sábado, 13 de abril de 2013
Diz-me lá outra vez qual é a gaveta dos bodies #1
Sim, sim, sou uma bandida! E mais! Vou guardar as situações mesmo muito embaraçosas nos rascunhos. À medida que uns e outros artigos forem dando entrada aqui no lardocelar, vou apagando. Até lá, aqui vai disto:
Primeiro dia de trabalho depois da licença. Nervos em franja por saber que não ia ver ver o bebé durante oito longas horas. Nervos em franja por saber que ia recomeçar algo que poderia terminar dali a um mês. Nervos em franja por saber que dali a pouco as mamas iam começar a dar sinal. Nervos em franja por ainda não estar vestida e já estar atrasada.
Ouve-me com atenção para não teres que me ligar daqui a dois minutos! Deixei tudo pronto: as fraldas estão em cima da cama, as toalhitas também. Se acabarem, há mais no armário. Estás a ouvir?
No armário, sim.
As chupetas esterilizadas estão na caixa. Tens babetes e fraldas de pano ao pé do muda-fraldas. Estás a ouvir mesmo?
Ao pé do muda-fraldas, sim. Claro que estou a ouvir!
Se por acaso o miúdo bolçar ou o cocó voltar a sair da fralda, há bodies lavados no armário. Tu estás a prestar atenção?
No armário, estou, claro! Já te disse que sim!
Sabes em que armário estão os bodies?
Não.
No da direita, gaveta do meio. Não deixes ficar o miúdo com roupa molhada encostada ao corpo! Lembra-te: armário da direita, gaveta do meio!
Ok, chata! Podes ir sossegada! Bom regresso ao trabalho!
Obrigada. Não me vais ligar daqui a dois minutos?
Não. Vai descansada!
Estou...
Então? Já chegaste à escola?
Já...
Está bem....
Como está o menino?
Está fixe, mas mijou a roupa toda quando lhe estava a trocar a fralda.
Hehehehe. Safadote! Olha, muda-o já, para não secar isso assim.
Mudo.
Pronto, até logo então.
Espera, espera! Hummm...
O que foi?
Diz-me lá outra vez qual é a gaveta dos bodies...
sábado, 6 de abril de 2013
quarta-feira, 3 de abril de 2013
Hoje tive um encontro
Jantámos cedo. Saímos juntos, de mão dada. Fomos assim o caminho todo. Fomos aos saltinhos. Evitámos os riscos no passeio, desviando-nos com risadas. Quando lá chegámos, entregámos os bilhetes, entrámos e sentámo-nos. Esperámos um bocadinho. Gostámos muito do espetáculo. Regressámos a casa, desta vez a correr, para fintar o frio da noite. Bebemos leite quente e adormecemos agarradinhos.
Hoje tive um encontro. O meu filho de quatro anos levou-me ao teatro.
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