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domingo, 5 de maio de 2013

A propósito da sopa

Sempre foi difícil dar sopa ao João. Hoje já a come bem. Contrariado, é certo, mas sabe que é uma obrigação, como outras. Já só diz uma vez por refeição que não quer sopa. É-lhe permitido dar opiniões sobre a sopa e ir manifestando que não gosta. Mas come-a toda. Claro que há dias em que precisa de algum alento e lá vêm os croutonzitos animar a festa. E a minha colher velhinha da Cerelac!



Longe iam os carnavais de um a cantar, outro a dançar, um terceiro a fazer cucutata e mais um a mostrar  brinquedos enquanto outro tentava a todo o custo vislumbrar a boquinha aberta para enfiar a tempo uma colher de sopa lá dentro. Normalmente essa colher voltava a sair inteirinha, muitas vezes para o meu cabelo, roupa acaba de vestir e arredores. Longe iam esses carnavais. Iam!! Porque o Pedro está a repetir a gracinha do mano mais velho e quatro anos depois a minha resistência não é a mesma. Pior ainda! Os carnavais não funcionam, porque este menino consegue dar umas boas gargalhadas às brincadeiras e aflição de quem o rodeia, mas de boca bem fechada! São horas, ho-ras para lhe dar a sopa. Já troquei de legumes, já troquei de peixe, de troquei de carne, já troquei de colher, já troquei de prato, já troquei de cadeira, já troquei de casa (já tentei na rua), já troquei de brinquedos, já troquei de música, já troquei de pessoa. Não abre a boca. Só aconteceu quando começou a comer a comer sopa duas vezes ao dia. Até lá a hora da refeição era pacífica. Estou cá a pensar experimentar também com os croutons. Ou a famosa sopa verde, já que é tão querida cá em casa!! (anda uma mãe a esfalfar-se para passar tempo precioso com o filho e depois quem leva os louros é a sopa alheia! Tssss!)