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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Estes dias longos, confortáveis e vagarosos, em que o sol nos entra pela cozinha até deitar a mão ao interruptor da luz e ver que nem a cheguei a ligar, em que nos empurramos com abraços de uma divisão para a outra da casa ou de casa para a praia, ou da praia para o parque, ou do parque para os avós, em movimentos lânguidos e veranis, deixam-me com um feitio esquisito. Ando bem disposta, não reclamo com quase nada, até vou sorrindo aqui e ali. É de estranhar! Os dias correm bem, as noites, segundo o João, são uma seca e demoram muito tempo, porque os dias são tão bons e preenchidos com diversão que tornam tudo o resto um aborrecimento gulliveriano. Tenho ouvido muitos pais queixarem-se das férias com dois ou mais filhos em casa, sem saberem o que fazer com eles. Pois por aqui ainda ninguém se chateou, andam todos com ar de quem não tem o que fazer e não quer que as férias acabem. Ele é deitar tarde e levantar ainda mais tarde. Uma anarquia! Ele é saltar refeições e compensar quando a fome aperta com pratadas de cerelac. Para a engorda! Ele é uma carrada de mimo e de fuga às regras que me está a agradar surpreendentemente. Estou a ficar uma mole. Não, não estou a falar (só) da barriga e outras zonas outrora rijas e arredondadas.