Lembro-me de, quando era miúda, esperar por Março para ver as campainhas amarelas que se apoderavam dos vasos lá em casa. Gostava da invasão de cor, mas achava ainda mais piada ao facto de ser uma imagem tão transitória.
Lembro-me de, quando era miúda, escrever o meu nome no cimento fresco e de me desviar para ir calcar a gravação que tinha feito quatro ruas abaixo. Achava graça àquela permanência.
Ainda hoje sou assim. Vejo beleza em tudo. É possível que me encontre no efémero. É possível que realize no eterno. É possível que não regule bem...