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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Dia da Criança




As fugas para a bouça de onde voltávamos com ratazanas enormes agarradas pela cauda para assustar as vizinhas;
O calipo de coca-cola a escorregar pelos dedos enrugados de tardes inteiras a apanhar ondas no mar;
Mil e uma mãos dentro do alguidar carregado de pardais fritos;
O verde sem-fim da quinta de beiriz a espreitar-me pela janela do quarto;
As mangueiradas de alívio durante a madrugada na Idanha, logo depois de uma história de terror contada debaixo dos lençóis com a lanterna sem pilhas;
Esparguete e ovo estrelado quando não apetecia comer;
As rãs esturricadas nas tampas de saneamento do rosmaninhal às 4 da tarde;
O taz, o bip bip, o coiote e speedy na tv galicia.
Sacar as chaves do carro às escondidas e ir dar uma volta curta.
Os risos.
Os murros no estômago só para ver se dói muito.
Os bilhetes de desculpas por baixo da porta do quarto.
Os sonhos.
Os planos.
As certezas.