Num almoço de colegas, sentou-se ao pé de mim um senhor todo distinto, muito bem apessoado, com um discurso maravilhoso e uma postura irrepreensível. Aqui a porca não tardou em começar com as conversas parvas e badalhocas, a meter-se com toda a gente e a fazer piadas de cariz sexual a torto e a direito. Enfim, o costume. O senhor ria-se, com moderação, ia olhando para mim de canto, mas nunca reprovou as alarvidades que me saíam da boca de meio em meio segundo. Depois de muitos ajoelhô vai tê qui rezá e outras pérolas de descompressão, lá se introduziu, a propósito, o tema da educação sexual nas escolas. Mais baboseiras, claro. A certa altura, diz o tal senhor que no último que casamento fez...
Hã? Pára tudo! Eu ia ficando cada vez mais pequenina e embaraçada...
No último casamento que fez? O colega é conservador?
Não. Sou padre.
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