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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Depois do polvo à lagareiro, apresento a minha sugestão de rabanadas poveiras:
antes de mais, espalho pela bancada todos os ingredientes necessários enquanto danço com um hula hoop imaginário e canto aos gritos um elefante estava a saltar numa teia de aranha e como via que não caía foi chamar outro elefante para entreter o Pedro, que se ri à gargalhada. Arranjo o pão, demolho-o no leite, mudo a banda sonora para algo mais natalício como o tio Manel tinha uma quinta ia ia ô e o nessa quinta havia um Pai Natal ia ia ô hohoho práqui hohoho práli. O miúdo continua a rir-se perdidamente, mas já vai intercalando com uns beicinhos. Tiro o excesso de leite do pão, a cantar já mais baixinho - o bebé começa a ficar assustado com a brincadeira e vai mostrando o seu desagrado quanto à forma como bato os ovos, energicamente como requer um ole ai uõt fó crismas iz iu. Quando ponho o pão de molho nos ovos já o miúdo chora desesperadamente e o óleo da frigideira salta para todo o lado. Entretanto deixei cair o frasco de canela no chão e tive mesmo que pegar no catraio ao colo para o acalmar. 

Anotei no livrinho de receitas:
menos: o chão ficou um nojo e a placa toda cagada
mais: as rabanadas não estão más de todo 
nota: não aconselhar esta receita a quem canta tão mal como eu