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quarta-feira, 1 de abril de 2015

Conclusões a que cheguei nos últimos dias: O João é muito feliz em casa. O Pedro tem fixação por animais com penas. Eu e o pai estamos velhos para estas andanças.

Ora bem, vamos lá ver se nos entendemos. 
Uma gaja é do mais caseirinha que se possa imaginar, mas sai do conforto do seu lar para proporcionar aos filhos umas férias simpáticas longe de casa e dos lugares marcados no sofá em frente à playstation e aos tablets. Traça um percurso obrigatório para todos os miúdos destas idades e tenta manter-se fiel ao que estipulou. 
Ah e tal mas não precisamos de papar tantos quilómetros para lhes mostrar o oceanário: temos aqui o sea life tão perto e vai dar ao mesmo. Não, não! É diferente! Temos que ir a Lisboa. Lá é que é!  
Ah mas o zoo da maia serve perfeitamente e é mesmo aqui ao lado, ou o de santo inácio igualmente perto! Não, não! É diferente! Temos que ir a Lisboa. Lá é que é!   

E depois ouve-se este diálogo cá em casa:

Meninos, sabem para que é aquela mala?
Sim, vamos dormir a casa do avós.
Não.
Não?
Não.
Então?
Então hoje vamos para Lisboa.
Oh, que pena! Pensei que íamos dormir a casa dos avós...

E depois chegamos lá e despachamos o oceanário em meia-hora, porque os tubarões são giros e o peixe-lua também e ok está visto e eu até já tinha cá estado no ano passado, podemos ir comer um gelado?

E depois vamos jantar ao restaurante hiper-chique não-sei-das-quantas, mas os hamburgers do Mac são muito melhores.

E depois vamos ao zoológico e eu só quero ver as girafas e os elefantes. Os golfinhos também pode ser. Olha os golfinhos, João! Eu quero é ver as girafas. Olha as girafas, João! São todas iguais. Onde estão os elefantes? Olha os elefantes, João! Que giros. Podemos ir almoçar? 

Ah, mas o Pedro gostou! Então não? No vasco da gama havia escadas e tapetes rolantes. No marshopping também há, mas rolantes a 350km de casa são muito mais giros. Em frente ao oceanário havia pombas. Correu atrás delas. No passeio em frente ao restaurante havia pombas. Correu atrás delas. No zoo havia pombas. Correu atrás delas. Como faz aqui, no passeio em frente a casa. No jardim em frente à escola. No mercado. Ao pé da praia. Aqui, à mão de semear. Mas vá, pombas a 350km de casa são muito mais giras. Exceto no zoo: Pedro pára, isso não é uma pomba, é um pavão!


Para completar o ramalhete: vinha para cá com uma fome do carailho, dei as bolachas todas aos meninos, estava a tentar enganar a fome com litradas de água em vão e quando estavamos a chegar a Espinho olho lá para fora e vejo uma placa que diz CREP. E ainda faltavam cinquenta e tal quiómetros para chegar à cozinha...