Hoje, em conversa com colegas, surgiu o tema a melhor forma de educar os filhos é a minha. Uma das colegas está a pensar em fazer um bebé e, com a vontade a crescer, aumentam também as dúvidas. No final, todas concordamos que a melhor maneira é mesmo a de cada uma, adequada a cada um dos nossos filhos. Não há fórmulas miraculosas e o mais acertado varia conforme os momentos. Em nada mais na vida o mais certo é tão incerto.
Quanto à minha maneira de o fazer, opto quase sempre por aplicar o que me parece funcionar melhor: manipulação. Às vezes também me passo, tenho direito aos meus momentos touaquitouaexplodir, mas raramente acontece. O meu papel é o de voz calma e acolhedora. Em caso de birra, escolho sempre desviar a atenção deles para outra coisa. Ai mas assim não aprendem a ouvir o não. Pois, mas eu também não lhes digo que sim. Querem ir pela direita, mas a mim interessa-me a esquerda: convenço-os de que a esquerda tem algo muito mais apelativo do que a direita. Ai mas assim os miúdos também nunca fazem nada do que querem. Fazem, porque deixaram de se interessar pela direita e passaram a querer a esquerda. Para além disso, às vezes acabo por virar na rua seguinte e vou ter na mesma ao parque que queriam inicialmente. No fundo, o que estou a fazer é criar pessoas que entendem que a vida às vezes não nos permite ir pelo caminho que escolhemos mas há outras maneiras de lá chegar. E uma delas é passar pela loja de carteiras que a mãe queria ver antes de chegar ao parque. A vida oferece-nos muitas formas de lá chegarmos. O mais importante é que cheguemos.
(Como eu gostava de conseguir aplicar isto a mim própria e esquecer aquela Michael Kors preta, contornar a situação e comprar uma porra qualquer. Não consigo manipula-me a mim própria. Sou uma fraquinha.)