Estou aqui a olhar para o Pedro, a fazer horas para irmos para a cama. Está ali ao pé do sofá a esgaçar uns quantos angry birds com uma concentração que, de vez em quando, se desfaz em gargalhadas. Quando se ri, olha para cima, fixa-me o olhar e atira-me um daqueles sorrisos que só ele é capaz de inventar. É tão doce este meu menino. Tem um olhar malandro que me deixa a alma ofegante.
Daqui a pouco vamos entrelaçar-nos na cantiga para dormir: o melhor momento do meu dia. Um de cada lado e eu no centro do mundo deles. É por isso que cá em casa damos muito colo, muito mimo, muitos abraços e beijinhos. Somos adeptos fervorosos do co-sleeping e das tardes passadas no sofá de mão dada e cabeças encostadas. É que daqui a nada, num abrir e fechar de olhos, deixamos de ser isto que somos agora para eles.
E só o voltaremos a ser quando tiverem a idade que temos agora.
Felizmente.