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domingo, 24 de janeiro de 2010

É muito amor... ao clube!


Até ser adulta, passei muitas vezes pela cozinha... para chegar à sala. Nunca soube cozinhar, pôr a mesa em condições, temperar uma salada para ficar comestível, descascar uma maçã sem ser aos ziguezagues. De modos que, quando conheci a minha cara-metade e já a viver sozinha, longe das asas protectoras dos papás, resolvi, num belo dia, pôr as mãos na massa.

A história que vou contar tem como personagens uma rapariga e um rapaz. Vamos chamar-lhes... Maria e Manel. A Maria, que não sabia cozinhar, trabalhava e vivia numa aldeia encravada numa serra, paisagem lindíssima, pouca rede no telemóvel. A net, de difícil acesso, ajudou-a, contudo, com uma receita fantástica de esparguete à bolonhesa. Sei que é básico, mas não o parece para quem nem sabia como arranjar o molho. Umas horitas na cozinha e a refeição ficou um mimo! Toca a arranjar um tabuleiro lindo, decorar os pratos com motivos românticos. Na barriga, um friozinho pela primeira comida confeccionada sem ajudas (exceptuando a internet), na alma, um enorme orgulho pelo mesmo motivo. Arranca para a sala, onde o Manel assistia a um jogo do seu clube do coração. Andar de top model (aquele que todas as mulheres usam quando se sentem confiantes), tabuleiro nas mãos, pesado, brilho nos olhos, sorriso nos lábios, um cheirinho maravilhoso a comida boa que esvoaça até alcançar as narinas, estômago a roncar de fome. A porta da sala aproxima-se e os nervos aumentam. Avista Manel. Vidrado na tv. Pousa-lhe tabuleiro no colo. Ternura. Pega num dos pratos e começa a comer. Estava mesmo bom. Manel nem num talher pega. Maria chama, discretamente, a sua atenção para o pitéu que tem no colo. Uma garfada. Nada. Continua vidrado. Outra garfada. Ainda nada. Após MUITAS garfadas e ainda mais silêncio, Maria levanta-se, coloca-se entre Manel e televisão e pergunta

- Como está?

- 2-1. Mas agora sai da frente que estou a ver o jogo!


O amor é lindo! E eu passei a ir ao take away!

Eu sempre fui mais livros. Mas lembro-me bem, como se tivesse sido ontem, de brincar com o pião, o papagaio, a fisga (qualquer semelhança com brincadeiras de rapazes é puríssima coincidência!), enquanto marchava uma daquelas sombrinhas de chocolate da Regina ou um saquinho de Peta Zetas...
Já não serão muito do meu tempo as bonecas de trapos e as bolas feitas de meias, mas recordo-me de ver, nas festas populares, os tradicionais brinquedos de madeira.
Ora, há pouco tempo, os meus pais ofereceram ao neto um desses brinquedos antigos que não sei nomear, mas descrevo: um pau tipo bengala com uma roda na ponta cheia de bolinhas com guizos. Hoje, o miúdo (autor da minha felicidade e do meu desespero pelo 516º dia sem dormir) andou o dia todo com o dito, qual detector de metais, à procura de ouro pela casa fora. É que não se cansava! E ia aos sítios mais recônditos, entre armários e paredes, debaixo do sofá... E eu só pensava Bom, bom era aquilo aspirar!...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010


A sépia é um riscador castanho escuro, cujos pigmentos são extraídos de um molusco e misturados com um mineral do tipo do giz.
Depois desta definição, urge um esclarecimento: não percebo patavina de pintura. Mas gostava de perceber. Sempre a apreciava com olhos de quem sabe. Mas gosto de fotografias em sépia e a sua definição dá-me jeito para dar um nome ao meu blog. É que a sépia, fazendo lembrar tempos idos, lembra também aquela altura em que era estúpida e desejava ter vivido em tempos shakespearianos. As roupas eram giras, as pessoas eram românticas, criava-se grande literatura. E tudo isto, claro, em tons de sépia. Depois descobri a frequência com que (não) tomavam banho, desisti de me montar no meu DeLorean e fiquei no meu tempo.
Para além disto, a sépia é um riscador (e eu farto-me de riscar, todo o santo dia) castanho escuro, da mesma cor com que os meus olhos observam o mundo. Tem a dita pigmentos vindos do molusco (do latim molluscus, que significa mole, tal e qual a minha barriga há já 17 longos e orgulhosos meses). Ainda por cima misturados com algo da família do giz, que uso na minha actividade - cada vez menos felizmente para as minhas alergias. Mas também, acabaram-se essas e começaram outras...
De modos que a sépia tem tudo a ver comigo!

Verde pinheiro porque foi a cor do olhar que conquistou o meu coração.



domingo, 17 de janeiro de 2010



Este blog nasce hoje
porque me apetecia há já algum tempo mas não tinha o que partilhar. Agora tenho. Tanto.