mais memórias para:
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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Já agora

a todos os que me enviaram mensagens de ano novo a sublinhar que temos 365 dias de felicidade para encher, olhem que estou a contar que o dia 29 de fevereiro seja igualmente bom, tá?

Tanto sítio para juntar gente e tinha logo que ser aqui em casa Episódio II

A saga continua. Fiz cheesecake de côco, pavlova, mousse de champagne e fudge de chocolate para os pequenotes. Não fiz mais nada porque o resto tinha nomes portugueses.
Aí vem a brisa.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

O poder dos boatos

Ontem fomos, finalmente, ver o Star Wars. Horrível. Não o filme, desse gostei muito. Ir ao cinema comigo é que é horrível. Correndo o risco de spoilar aqui qualquer coisita (ou então não, já que as duas pessoas e meia que me leem já devem ter ido ver o filme há que tempos), quando a Rey vai ter com o Luke e está já a sobrevoar o local onde chega a encontrá-lo, eu disse para o lado Queres ver que o tipo estava escondido na Berlenga?
Ora, os senhores que estavam atrás de nós ouviram e, não percebendo o meu tom jocoso, comentaram espantados entre si que o Luke Skywalker estava na Ilha da Berlenga.
Quando íamos a sair da sala de cinema, estava um grupo a comentar que uma gaja disse lá dentro que o Star Wars foi filmado em Portugal e que isso é muito bom para o nosso turismo.
Eu pus os meus olhos de Gato das Botas do Shrek e pisguei-me. Mas não antes de ouvir alguém rosnar Não se pode sair de casa contigo!



Se tens menos de dezoito pára já. Este post não é para ti. Vai jogar playstation. Vai. Vai!

Vou direta ao assunto. Hoje, no dentista, já depois de me sentar e escancarar a boca, fui avisada:
Ora bem, hoje vamos ter que colocar um dique na sua boca.


Meia hora depois ainda me estava a rir e o dentista continuava a dizer, aflitivamente, que se trata de um procedimento para isolar o dente a tratar. 




segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Um certo padrinho espetacular deu uma certa prenda espetacular ao João no Natal. Essa prenda é um certo sabre de luz espetacular. Acontece que agora não se ouve outra coisa nesta casa que não seja vuuummm wraaaammmmm.

Que a força paciência esteja comigo, pá.


Ai o caraças!

Mãe, posso jogar?
Outra vez? Nem pensar! Já chega de jogos!
Mas não sei o que mais hei de fazer...!
Eu brinco contigo.

(...)

Mãe, já posso jogar?
Parece que sim. Afinal o teu irmão não me larga e eu não consigo ir brincar contigo...
Obrigado, mano! És um fixolas!


?!?

domingo, 27 de dezembro de 2015

Encomendavam grandes jantares aos domingos

Ao domingo costumamos mandar vir o jantar. O pai ligou para escolhermos e pôs o telefone em alta voz.

Boa tarde. O que têm para hoje?

Para hoje há arroz de pato, bacalhau com natas, carne de porco à alentejana, polvo com arroz do mesmo e maminha grelhada.

Então vamos querer quatro canjas, meia dose de pato, meia de arroz e duas maminhas.

Estou a rir até agora. E já jantei há muito tempo. Não fui eu que comi as maminhas.

sábado, 26 de dezembro de 2015

Pela primeira vez, a véspera de Natal foi cá em casa. Correu muito bem.

Foi caótico. Mas correu muito bem.

A dada altura pensei que a comida estaria intragável e questionei-me quanto ao funcionamento da Pizza Hut naquela noite. Mas correu muito bem.

Na manhã seguinte, havia comida no chão, nas paredes, nas solas do sapatos. Mas correu muito bem.  

Não cabiam todos na sala e houve malabarismos para sentar a malta toda. Mas correu muito bem.

Troquei as prendas todas, o primo abriu as do avô e a tia abriu as minhas. Mas correu muito bem.

Houve alturas em que já nem se sabia quem estava a conversar com quem tal era a barulheira. Mas correu muito bem.

A loiça era imensa e há que lavá-la, porque diz que sim. Mas correu muito bem.


Pela primeira vez, a véspera de Natal foi cá em casa. Mas afinal... correu muito bem.



quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Natal em 1985
Uau! É Natal! Vou vasculhar a casa toda para encontrar as minhas prendas e abri-las antes do tempo!

Natal em 2015
Uau! É Natal! Vou vasculhar a casa toda para encontrar as minhas prendas e abri-las antes do tempo!


Foram precisos trinta anos para perceber que é mais fácil esconderem prendas de mim na versão já adulta. Bom, pelos vistos não tão adulta quanto isso.

domingo, 20 de dezembro de 2015

Há pianista?

Fomos à primeira audição de piano do João. Venho de boca aberta. Como é que, em tão pouco tempo, aprendeu tanto? Escolheu o Adeste Fidelis por ser Natal e querer brindar a família com algo que tivesse a ver com esta época. Tocou tão bem!
Ah, pianista!

Hoje estou com a visão trufada

As trufas não aparecem assim do nada cá em casa. Têm que ser compradas. Se não forem compradas, alguém tem que as fazer.

E, depois, alguém tem que as comer. E, se alguém vai comê-las, que sejam de oreo.



sábado, 19 de dezembro de 2015

Spelling kid

E não é que agora o Pedro se lembrou que só fala em inglês? Mais! Soletra tudo!

Então, Pedro, está tudo bem contigo?
Resposta esperada: Sim, estou bem, tenho brincado muito e feito muitas asneiras.
Resposta dada: Yes!

Pedro, o que está escrito ali em cima?
Resposta esperada: Cinema! Vamos entrar, vamos ver um filme!
Resposta dada: Ci ai ene i eme ei.

Até a dormir o miúdo sonha com isto! Numa noite destas ouvi-o a falar. Pensei que já não iria dormir mais e, ao contrário do que é costume, queria brincadeira àquela hora. Fui espreitar: estava a falar mas a dormir e ia dizendo ti ei bi ele i. Devia ser uma mesa muito importante. 

É maravilhoso ouvi-lo. Tem um sotaque espetacular e um "r" tão bem enroladinho!

Bem, na verdade, há uma palavra que ele também diz muito bem em português: nãnão.

Pedro, fala em português, filho!
Nãnão!
 


sábado, 12 de dezembro de 2015

Da sabedoria

João, que personagens há este ano na tua peça de Natal?
Há muitas. Eu sou uma das crianças. O meu amigo é.. é... como é que se chamam aqueles que prometem tudo e depois não dão nada?
Não estou a ver do que falas, filho!
Ah! Lembrei-me! É político.


terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Aproxima-se o Natal. Sei-o porque estou cansada. #2

O que queres para o Natal?
Uma capa para o meu telemóvel.
Alguma preferência?
Sim. Quero uma da Strogonoff.
Hã?!
Stradivarius.
Hã?!
Swarovski. Mas tu andas a ouvir mal?

;)

Aproxima-se o Natal. Sei-o porque estou cansada. #1

Mamã, passou aqui qualquer coisa.
Seria um mosquito?
Não. Era amarelo.
Devia ser ranho do mano.

Regra(s) número um (e por aí fora) das mães muito, muito envergonh... furiosas

Nunca, NUNCA abram os livros escolares dos vossos filhos. Eles não sabem o que dizem o que escrevem no que se estão a meter.

Andam a circular na net uns mapas de tarefas domésticas para miúdos. Vou reunir os mais rigorosos. Muahahahahahaha!


Ando tudo para aí a mostrar os pinheiros de Natal. Eu não mostro. Acho que é como se fôssemos a sair do carro sem nos lembrarmos que vamos de saia e mostrarmos as cuecas. Só que de forma intencional, o que faz destes movimentos algo ainda mais ridículo. Não mostro. É muito pessoal, cada um faz a sua como quer e lhe apetece. Ninguém tem nada a ver com isso.


Errr... não lhe tirei fotografias ainda.
Mas há algo que gostava de deixar aqui registado. Este ano, para termos algo diferente na árvore, fomos comprar uma estrela nova. Eu queria uma dourada. O pai preferia a prateada. Deixamos os miúdos escolherem e pedimos-lhes que nos surpreendessem na caixa, onde estaríamos à espera deles e da estrela para pagar. 

A nossa lindíssima árvore de Natal tem uma maravilhosa estrela vermelha. E que bem que lá fica!

Nada como comprar os bilhetes online

Tenho estado a evitar isto*, mas não aguento mais e hoje vou falar aqui sobre o grande momento da Comic Con.
Estávamos na fila para comprar os bilhetes. A fila era bastante longa. A dada altura bifurcava-se. A malta era muita. O recinto estava apinhado para onde quer que nos virássemos. A zona da bilheteira também. Neste cenário apertado, o João sente um cheiro estranho. Afasta-se da fila, pigarreia a pedir a atenção de todos os que aguardavam a sua vez, faz um gesto com os braços a indicar juntem-se mais que temos que falar e atira:
Afinal quem é que soltou uma bufa?


Estavam muitos disfarçados, não deu para ver os rostos a corar. Eu não estava disfarçada.





* na verdade, não tenho tido muito tempo para vir cá

domingo, 6 de dezembro de 2015

Comic con ou o desfazer de um mito

Acho que já todos percebemos que o João é fã de super-heróis. Se calhar é mais correto dizer que é super-fã de heróis. Gosta de todos, de alguns com particular intensidade, até aos vilões acha piada. Agora adorar adorar o miúdo adora mesmo é o Homem-Aranha.
Ora, em plena Comic Con, depois de horas e horas atrás de coisas relacionadas com o Spidey, eis que finalmente aparece o Homem-Aranha com o fato preto na tenda da Fnac. Ele tinha recusado tirar fotografias com tudo o resto: a nave do Star Wars, o carro do Back to the Future, o cartaz do Deadpool, a figura do Batman, o boneco do Darth Vader, tudo. Quando finalmente apareceu o seu herói preferido, o menino até deu um salto.

Pai, prepara a máquina fotográfica!

E o pai preparou. O João aproximou-se envergonhado. Estava de tal forma estarrecido que bem abriu a boca mas as palavras não saíram. Foi lá o pai. O João continuava de boca aberta, com os olhinhos a brilhar. Afinal, estava ali o Homem-Aranha!

Desculpe, importa-se de tirar uma fotografia aqui com o meu filho?

Oh, pá! - responde a voz atrás da máscara -   Estás bom? - pergunta, enquanto a tira - Já há muito que não te via! Que é feito de ti? Eu est...

E assim se destrói um mito: afinal o Spidey preto é o Castro, um amigo do pai dos tempos de Coimbra.

Depois desta defeita, só falta mesmo o Pai Natal continuar a ser da estatura da mãe daqui a uns dias...
Comic Con: venho toda geekada.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Isto acontece-me (demasiado) amiúde

Quando estou numa loja, tendo a considerar que qualquer pessoa vestida com algo que me pareça um uniforme é funcionária. Depois acontecem-me coisas giras:

Boa tarde! Há o 36 destas?
Sei lá! Eu não trabalho aqui! Bffff...


Desculpe. Neste hotel não incluem cereais no pequeno-almoço?
Como é que eu posso saber? Eu não trabalho aqui! Bffff...


Bom dia. Sabe onde posso encontrar as moedas de chocolate?
Penso que ainda deve haver ao pé da caixa. Vi-as lá na semana passada.
Muito obrigada!
De nada. Sempre às ordens!


Breves considerações:

Escusado será acrescentar que as duas primeiras eram gajas.

Este último caso, de hoje, era um tipo com quem me cruzei no Lidl e que trazia uma daquelas fitas de transportar chaves ao pescoço. É que parecia mesmo um dos seguranças que lá costumo encontrar. Só que não era. E estava à minha espera à porta por pensar que estava a assediá-lo com aquela conversa. 

Claro que também já me aconteceu estar a escolher roupa numa loja ou outra e alguém ao meu lado me pedir ajuda. O que fiz? Não segui as pessoas até ao carro! Mandei-as foi para o lado oposto ao que lhes interessava. 

Penso que só ainda não parei de fazer estas cenas porque não encontrei até agora uma pessoa assim parva como eu que me faça o mesmo.



domingo, 29 de novembro de 2015

E sim: o João é a nossa voz da razão.

Há dias em que parece que tudo corre mal. Há dias foi assim.

Já tinha bufado umas cinquenta mil vezes e começava a ferver de nervos. Quando estou assim, nota-se MUITO. O João agarrou-me as mãos, olhou-me nos olhos, expirou fortemente e disse-me com calma:

Ei, miúda! Com a tua idade já devias saber que, quando estamos muito nervosos, as coisas correm mesmo muito mal...

E foi brincar aos super-heróis.

Cuidado com a conversas! Nunca se sabe quem está a ouvir. Pode perfeitamente ser uma criança bem educada.

Eu e o pai falávamos sobre as nossas últimas saídas com os miúdos. Pensávamos que estávamos sozinhos e dizíamos que o pequenito até nos tem surpreendido com o interesse e a atenção que tem mostrado nos concertos, no cinema e nas peças de teatro a que temos ido assistir. O pai comentou, a propósito do espetáculo de ontem, que:

- Com toda aquela parafernália, estava à espera que ele armasse a p*ta.

Assim que termina de dizer estas sábias palavras, o João aparece sabe-se lá de onde e acrescenta:

É, eu também estava à espera que o mano criasse um conflito.


Toma, pai!


sábado, 28 de novembro de 2015

Quem ler os últimos posts  há de pensar que me concentrei mais no ranho do que propriamente no José Fidalgo. A verdade é que este deve ser o último post sobre o ator, mas não será, definitivamente, a última vez que falo aqui de ranho.

Regra(s) número um (e por aí fora) das mães com a cabeça no ar

E por falar em ranho....

Perante a hipótese de estares a menos de metro e meio de distância do José Fidalgo, faz o possível para que não seja num espetáculo que meta gelo. É que o gelo leva ao frio, o frio leva ao ranho, o ranho leva ao pingo no nariz e o pingo no nariz leva a que todas as possibilidades de estares minimamente apresentável saiam completamente furadas. 






Esclarecimento menos ranhoso

Fui a um espetáculo onde entrava  o José Fidalgo.

Atualização ranhosa

Fui a um espetáculo com o José Fidalgo. Era só.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Depois disto, era necessário vir cá alguém explicar ao meu filho mais novo que a mãezinha dele guarda a espuma para cabelo no armário da casa-de-banho e o frasco de chantilly no armário da cozinha. Não há como fazer confusão a menos que se queria, realmente, fazer asneiras. 
Voluntários?

domingo, 15 de novembro de 2015

E ainda se queixam que os miúdos de hoje não têm imaginação!

Aqui, os discos da mandala são as armas do Bullseye, a placa da sapataria Tony anuncia a casa do Tony Stark e o cavalinho do parque lembra o Assassin's Creed. É imaginação suficiente?

Regra(s) número um (e por aí fora) das mães com a cabeça no ar

Nos dias de levares o teu filho à piscina, quando ainda estiveres em casa, não te lembres de levar o fato de banho já vestido. Se isso não acontecer, guarda a tua roupa interior na mochila e não ao lado no chão. Se isso não acontecer, lembra-te, quando saíres da piscina, que ninguém sabe que não levas nada vestido por baixo das calças de fato-de-treino e da t-shirt. Para as pessoas que se cruzam contigo e insistem em por a conversa em dia, mesmo perante o teu ar de aflição para fugires dali depressa, tu só foste levar o teu pequenote à aula de natação. Não cores, não corras, não te apresses a pagar o parque de estacionamento. Ah! E leva dinheiro para o pagares. Se isso não acontecer, vais ter que ir levantar dinheiro ao multibanco mais próximo com o filhote ao colo e o rabo desprotegido. 

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

mãe cartoonizada

Anda uma mãe a esforçar-se para isto.

Os desenhos animados preferidos do João são agora os Teen Titans Go. Maneiras que, quando me apanha com boa disposição, chama-me Starfire:

Queres brincar comigo, Starfire?

Quando me encontra com o tau, trata-me por Raven:

Ui, Raven, hoje acordaste do avesso!


E é isto. Vale a pena o esforço. Nem que seja só para encarnar personagens diferentes todos os dias.











O pai é sempre o Cyborg. Por acaso até dava jeito. Ando há que tempos para comprar um daqueles aspiradores robot. Era quanto poupava. E este aspira os cantos.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Testemunho

A nossa mãe já nos comprou muitos brinquedos giros para o banho. Comprou e continua a comprar. E continua e continua... Será que ainda não se apercebeu que nós gostamos mesmo é de frascos de champô vazios para esguicharmos água um para o outro e molharmos a casa-de-banho toda?
Fica a ideia para o Natal.

assinado João e Pedro

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Há um dia (muito parvo) em que uma mãe se apercebe que os filhos têm um vício (muito parvo). Como a mãe tem o hábito (muito parvo) de procurar à volta a responsabilidade que lhe cabe, começa a investigar. Procura, procura, procura e tanto procura que encontra. Olha para as mãos e vê o mesmo costume (muito parvo) dos filhos. 
Mas quando é que uma mãe anda tão concentrada que deixa de olhar para as suas próprias cutículas? Isto não é muito parvo, não?


sábado, 7 de novembro de 2015

Quanto tempo demora uma mãe a preparar-se para ir para a cama?

Não sei. Quanto tempo demora uma criança de três anos a tirar a plasticina fresca de seis boiões e a espezinhá-la com as pantufas? E se a sola das pantufas for bastante rugosa?

Jedi teacher

Isto de ser uma geek-mãe de filhos-nerd acaba por ser giro quando damos aulas de inglês a crianças com porta-lápis do Star Wars e, no início de um teste, dizemos à turma May the force be with you.

Quanto tempo está uma mãe a fazer o jantar sem deitar os olhos aos filhos?

Não sei. Quanto tempo leva uma criança de três anos a espalhar uma bolacha de chocolate na parede da cozinha? E se for mesmo muito bem espalhadinha?

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Quem é que me anda a pintar o céu destas cores ao final da tarde?

De repente tudo ganha brilho e há partes de céu em que já é de noite e outras em que nem de dia há aquela luz. Estou arrepiada até agora.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

E aos sete anos, o João descobre o prazer do tulicreme. Estou desesperadamente a ficar sem coisas para comer às escondidas dos meus filhos.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

René dos sentidos

Vai um e toma banho com um gel calmante de chá branco. Vai outro e dá preferência ao exótico de argão. Misturam-se os dois cheiros e quem entra na casa-de-banho agora há de pensar que acaba de aterrar em Marraquexe.



Ceci n'est pas une pipe. C'est un nebulisateur.

domingo, 18 de outubro de 2015

Orelha que de útil tem muito pouco

O Pedro poliglota agora anda a ver o Mickey em francês. Já é língua que não me desperta grandes sentimentos... ainda ter que ouvi-lo chamar pelo torniquete! 



Oh Toodles!!

sábado, 17 de outubro de 2015

É um amor de pessoa. A sério que é.

Nada como uma belíssima gastro para me pôr de novo em forma.
Sim, é verdade. Mais duas ou três e ficas impecável.


Um amor de pessoa.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Eu não disse que era só uma questão de tempo?

Liguei-lhe hoje a meio da manhã:


O que estás a fazer?

Oh, pobre de mim, sou um escravo, mereço que me trates bem, que me faças um jantarzinho porreiro e que me dês o valor que realmente tenho! Estou  passar a ferro e é um montão de roupa! Até já passei roupa tua e tudo! 

Roupa minha? Não havia aí nada meu para passar...

Ai havia, havia! Passei-te uma camisa!

Não tenho mesmo ideia nenhuma... mas está bem! Logo faço-te um jantar espetacular e ainda trato da louça.

...

Chego a casa, preparo-me para fazer o jantar e lembro-me de ir ao armário ver qual era a tal camisa que me ia render aquele jantar.

Solto uma gargalhada.

Olha lá, quando estavas a passar a MINHA camisa não reparaste na etiqueta que diz "8/9 anos"? Vê lá mas é se há comida congelada para o jantar!...

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O Pedro tem um livro preferido novo

Hoje já li a Lagartinha Comilona aí umas quinze vezes. A pi da lagarta já leva uns bons cem quilos!

Super-mano salva o dia!

Mãe chega a casa.

Pai - O Pedro esqueceu-se do casaco na escola. 
Mãe - Ora bolas!
João - Não há crise. Quando vinha embora, passei na sala do mano, vi o casaco no cabide, meti-o na mochila e trouxe-o para casa. Está ali.





terça-feira, 6 de outubro de 2015

Sou a única pessoa esfomeada a quem ver o telejornal e o primeiro-ministro grego lembra tsipras à moda do Porto?

O hábito não faz o... super herói.

Depois do banho, costumava espetar o cabelo ao João e perguntar-lhe, em frente ao espelho, Quem pareces hoje, filho?
O Wolverine  era a resposta de sempre.
Mas hoje não é sempre. Quem pareces hoje, filho?
O primo Miguel?!?


O Wein estava claramente distraído durante o processo criativo.

domingo, 4 de outubro de 2015

O que tem que ser tem muita... raiz?

Na primavera amandei-me às suculentas e, depois de ter comprado uns quantos vasos, decidi reproduzi-las moi même. Tudo muito bonito, diz que o processo é facílimo e tal, mas não vi a coisa a dar grandes frutos. Entretanto desisti. As experiências foram todas para o lixo e arrumei o assunto. Numa das regas, reparei que uma folhita inofensiva tinha caído (o mais certo é que tenha sido devido à minha maneira delicada de tratar as plantas...), mas não lhe passei cartão. Qual não é o meu espanto quando hoje vejo essa folhita cheia de filhinhos e já todos a esticarem os braços completamente presos à terra! 
Já dizia o outro e com toda a razão: a diarreia é que a sabe toda - o que tem que ser...

sábado, 26 de setembro de 2015

Sabes que estás cansada quando #2

queres encontrar aquela música fixe para te acompanhar na confeção do jantar, escreves na pesquisa do youtube bulldog fireball e não encontras o que quer que seja. A menos que escrevas pitbull.










Siiiim, já ouvi falar em playlists. Não me apetece. 


Comic Con

Mamã, naquela exposição sobre super-heróis, sabes o que podíamos chamar às lojas? Stand Lee!



Parece que não vai dar para fechar o blogue afinal...

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Andavam os dois numa correria desenfreada. O João já estava ofegante.

Filho, podes parar um pouco!
Não, o mano está a gostar da brincadeira!
Está bem, mesmo assim podes parar: o mano compreende.
Nãã. Eu vou até onde aguentar para o mano estar feliz.



É. Estou até a pensar em fechar o blogue. Melhor do que isto não deve haver.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Tenho o futuro PM de Portugal cá em casa.

Papá, se fizeres coisas por mim eu também faço por ti.
O que queres dizer com isso?
Preciso que jogues por mim para ganhar mais pontos.
E o que fazes tu por mim?
Jogo de vez em quando para tu não te cansares muito.
Ok, ok! Estou só a tentar desviar a atenção, mas, na verdade, o João é que parou ao pé do homem-estátua para o observar. O Pedro só parou lá para fazer o costume: puxar-lhes as vestes até o fazer cair do pedestal. Mas ele dançou na mesma. Não tem coração de pedra afinal.
Pronto, vamos lá admitir: quantas pessoas encontraram o verbo parar ali na quarta frase e quantas acharam que me tinha enganado?

Mini flash mob

O Pedro vai na rua. É uma rua muito movimentada. Passa por um homem-estátua. Para para o observar. Aparece um tipo disfarçado de animal a fazer publicidade a uma clínica dentária. Junta-se ao grupo. Encontramos malta conhecida que já não víamos há que tempos. As pessoas que estão a sair das lojas à volta acham piada e ficam também. Está tudo ali a olhar para o menino. E o que é que o menino faz? Inventa uma coreografia e põe aquela gente toda a dançar.

#soyouthinkyoucandance#aopraheaellenandamadormir#ondeandamospatrocinios

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Ele há gajos com sentido de humor

Mamã, já fiz o trabalho de casa. Queres ver?
Sim, mostra lá!

"Escreve os seguintes números por extenso.

39 - trinta e nove
82 - oitenta e dois
24 - vinte e quatro
47 - cartoon network"



Querido, não é?

terça-feira, 15 de setembro de 2015

A malta anda há que tempos a sonhar com o D. Sebastião e aparece-nos o Noé? 'tá certo!

Já não chegava o degredo da alma por ver a luz a desaparecer-me da cozinha cada vez mais cedo? Esta época é demasiado depressiva para mim. Quer dizer, o Camões ensinou-nos que há trombas d'água, não nos avisou que íamos levar com água nas trombas logo em setembro.

sábado, 12 de setembro de 2015

Há muito tempo que não me queixo do homem. Bem, uma coisa é certa: não é por falta de asneiras. Não tenho tido é tempo. Mas também é certo que nunca virão aqui ler um comentário positivo sobre ele. Nunca encontrarão aqui uma alusão à pera abacate que me deixa no topo da fruta sempre que vai às compras porque sabe que é o que mais gosto de comer. Não. Não trago para aqui a memória do chocolate com amêndoas e passas que me pousa no colo quando estou sentada no sofá a ler (isto é, a dois minutos de adormecer) ou o facto de me tapar durante a noite e de me tirar os óculos quando sabe que aquela respiração já é de sono profundo. Não trago para aqui. Recuso-me.







Estou desesperadamente à espera de uma daquelas calinadas fortes para me redimir deste post.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Por que é que eu tenho um orgulho enorme neste menino?

 João, o que estás a fazer?
Nesta casa quem suja limpa, mamã!


Quando custa crescer

Mamã, este é o sétimo dente de leite que me cai. Tenho sete anos. Achas que já podes dizer-me que a fada dos dentes não existe?

Posso, filho, já posso.

Mas podes por-me a moeda debaixo da almofada na mesma, está bem?

Deixa lá, João. Vai à minha carteira e tira de lá a moeda. Já és crescido, podemos deixar-nos dessas coisas.

Não, mamã. Deixa-me, por favor, a moeda debaixo da almofada.

domingo, 6 de setembro de 2015


A melhor sombra do mundo



O Pedro é dono do abraço mais cativante que conheço.
Do beijo mais envolvente.
Do sorriso mais autêntico.
E do olhar mais gracioso.

Nem acredito na sorte que tenho. Para tudo na vida é preciso ter sorte. Até para ter filhos extraordinários.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Lei masculina #1

Pelos vistos a toalha para os pés é deixada (descaradamente) no chão após o banho porque assim estendida seca mais rapidamente e não me dá tanto trabalho.


Eu cá também sou capaz de ter ideias absurd absolutamente normais: já comecei a amarfanhar cuecas para dentro da gaveta pelo prazer da surpresa de manhã. Nunca se sabe qual nos sairá na rifa naquele dia. Não é giro? Gosto tanto de ideias práticas para a casa.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

À falta de adamantium

Ah, não sei quê do excesso de TV, não sei que mais de muito tempo de nariz enfiado no tablet e tal. Não há lugar para a imaginação, não se promove a criatividade.
Pois...


Mamã, sabes que me apercebi agora que não tenho máscara nem fato do Wolverine. Vou tratar disso!


É, faz muito mal, faz.

sábado, 29 de agosto de 2015

Quer-me parecer que isto dos "tempos de totó" vai dar rubrica. Quer dizer, não significa que se mantenha assim tanta coi... Espera!...

Isto que de vamos agora aqui falar fica entre nós. A sério.

Antes de mais, quero deixar claro que não tenho intenção de ferir suscetibilidades, até porque eu própria usei vestidos de cintura elástica abaixo do peito até bem tarde.

Há uns anos, numa das escolas por onde andei, para comemorar o 25º aniversário, fez-se um grande arraial. Para a animação foi contratada uma equipa de quase meia dúzia de jovens rapazes. Enquanto montavam os aparelhómetros, eu ensaiava com os miúdos a apresentação que preparáramos durante o terceiro período. Um dos rapazes da equipa de animação passou por mim vindo da carrinha com uma enorme coluna de som. Era um rapaz muito gordinho. Quando li o estampado da t-shirt que tinha vestida, comentei que aquilo é que era ter sentido de humor. Fui olhada com admiração. Expliquei então achava piada ao facto de um rapaz daquela envergadura usar uma t-shirt que dizia 5 tons, isto é, cinco toneladas, five tons. 

Mas, mas... ele é do grupo que vem cantar e a t-shirt diz 5 tons. Tons... de música.



Guardo dos meus tempos de totó a falta de jeito para beber cerveja da garrafa. Não sei como pegar naquilo em condições. Há gajas que o fazem com uma elegância de Vivien Leigh e eu não arranjo maneira de disfarçar a falta de jeito de uma criança de ano e meio a  pegar num copo pela primeira vez.

A ver se arranjo umas daquelas malas antigas que sempre parece menos mal

Que movimento ou estilo podemos invocar para justificar a permanência das malas das férias ali no hall de entrada? É que aquilo está ali já vai para um par de dias e não há maneira de sair de lá. Devo ser uma espécie de Boho mas sem o chic.

Bacances, de Baco, porque me fartei de enfardar Somersby


E era aqui, meus filhos, que os romanos de Conímbriga lavavam as carpetes.



Estou cá com um melão!

Aqui o Mr Miyagi da fruta acha que só ele é que sabe escolher bem. Quando sou eu a ir às compras nunca trago fruta de jeito: é farinhenta, é madura demais, é verde demais, é pequena demais, é demasiado grande, vai apodrecer num instante. Há sempre alguma coisa que não está bem. Quando vamos os dois, como foi o caso, faço questão de ser eu a escolher e a mostrar que não pego na primeira coisa que me aparece, como gosta de dizer. Fui à secção dos melões, observei, voltei a observar, toquei, cheirei, cheirei outra vez e peguei num que me parecia ser perfeito. Foi logo aberto na primeira refeição, para tirar teimas. Docinho que até doía! Sumarento de fazer inveja! Toda eu reluzia. E a cada dentada lançava um hummmm de satisfação. 

Não é que a porra do melão tinha um pedacinho podre debaixo do selo? E quem é que descobriu este pedacinho, quem foi? Grrrrr!...

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Capas

Há um sítio ideal para ver a cidade. Ali ao acabar a ponte, onde ainda sentimos o bafejar do rio e o olhar de canto da colina. As casas encavalitadas não deixam ver as ruas entre elas. Querem parecer impenetráveis, as presunçosas. Basófias e cabra à parte, há portinhos escondidos debaixo dos braços das árvores que se espreguiçam margens acima. Há história e mistérios enlaçados nos choupos e nos esteios. Há abraços de gente do coração que me acolheu como em casa. Há penedos. Há saudade.

domingo, 23 de agosto de 2015

Rico menino, orgulho da sua mãe, sempre atento aos pormenores mais importantes

Sabes, mamã, tenho reparado que as sanitas da casa dos avós são sanijato, assim como as da minha escola. Alguns restaurantes têm sanitas sanindusa. Mas as nossas são mais fixes, porque são bellavista. Já dei por mim a pensar que quando vou fazer chichi a sanita diz

Olha, olha, mas que bellavista!

sábado, 22 de agosto de 2015

Silly season

Pois, pois, isto é tudo muito bonito, mas ainda não vi em lado nenhum quem discutisse o que realmente me anda a atormentar: afinal quanto tempo deve durar um pacote de 250g de m&m's na minha mão? Mais importante ainda: ninguém deslindou até agora o sabor misterioso das chiclas gorila crazy. Estou estupefacta! Raio de silly season! Ou antes raio de saison bête!

O niilismo que é tudo

O que mais aprecio nas férias é o despojamento. Sair de casa com quatro chapéus, protetor solar no bolso de trás dos calções e as t-shirts mais frescas que encontrar no armário sacode-me a poeira de um ano inteiro a correr para isto e para aquilo. Gosto deste despir. De ver os meus filhos de pés descalços e de correr atrás deles sem tralhas atrás de mim. Gosto de piscinas nuas, só para nós, de horas livres de compromissos. Não precisamos de almoços tardios. Nós queremos é comer cedo para ir. Ir. Gosto de ir. E depois pousar novamente.




 
 
 

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Lembrete: uma prenda de aniversário fixe é ter a sala só para nós.

Hoje o quarteto fantástico foi ao cinema.
Gosto de ter onde pousar. De sentir que pertenço a um sítio e a quem lá está. Mesmo sabendo que não, que sou livre e que escolho, gosto desta sensação de não ter para onde ir por não me sentir assim noutro lado. Hoje pouso no João. Parabéns, filho!

terça-feira, 11 de agosto de 2015

João, o tecnoboy

Mamã, podes dar-me uma ajuda?
Só um bocadinho, filhote! Estou a passar a ferro!
E não podes carregar no pause?

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Estive a arrumar o material escolar do João e encontrei um caderno onde ia rabiscando umas coisitas em casa. Vi, entre outras, umas cópias que foi fazendo. 


Então mas tu pões o teu filho a fazer cópias de textos sobre traques?
Claro. Se quero que fique com uma caligrafia de jeito, tenho que lhe dar tarefas aliciantes. Não me digam que voltaram as perguntas esquisitas.

domingo, 9 de agosto de 2015

Imagine-se o brinquinho que isto anda nos dias de passeio da escola dos meus filhos

Há quem vá às massagens. Quem roa as unhas. Conheço pessoas que papam séries inteiras, filmes seguidos e livros ou revistas. Jornais também servem. Há quem leia blogs. Eu, quando estou ansiosa, limpo a casa. Se alguma coisa não me corre bem, limpo a casa. Se estou à espera de notícias, limpo a casa. Quando há algo que me preocupa, limpo a casa. 


Na viagem de dois dias quando o João foi finalista até os cantinhos ficaram a brilhar!
Da próxima vez que me perguntarem o que é isso de deítico e para que serve, não vou enganar com teorias balofas e definições que estudei nos livros. Agora já sei o que é um deítico: é o caminho mais curto para se deixar uma mãe de sobrolho franzido. 


Quando pergunto

Pedrinho, onde escondeste o comando da televisão?

Pedrinho, que barulho é este, onde estás a mexer?

Pedrinho, onde andas?

Pedrinho, não sei onde está o teu garfo, onde o guardaste?

Onde queres dormir, Pedrinho?



a resposta é invarialvelmente um


 Aqui!

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Àquelas memórias que aqui deixei há uns dias juntam-se estas. As que os meus filhos hão de um dia recordar também. O cantar dos grilos ao final da tarde e, depois do render da guarda, o coaxar dos sapos. Os lírios da montanha a sacudirem-se mesmo debaixo do nosso nariz. As estradas que correm ao lado do rio. Os lagos. Os nenúfares! Há nenúfares aqui!! Há estalidos de calor. E colo. Há colo para todos.

Se viram dois rapazes a correr como se fossem loucos corredor do hotel fora até ao elevador que dá acesso à piscina e os pais atrás deles como se fossem loucos mas sem o como se,

somos nós.
As minhas associações de ideias preocupam-me. Ultimamente ainda me têm deixado mais assustada. Por exemplo, liguei o computador mas não havia net. Fui espreitar o modem e reclamei por não estar a funcionar. Foi então que dei por mim a fazer este cruzamento: 





modem talking
Eu cá acho que quando vamos ler uma receita e ela começa com "Segure nos ovos" é muito bom sinal. Não é?

Rorschach

Há quem o faça com nuvens. Nós preferimos as pedras das paredes das tascas.


Olhem, meninos! Aquela pedra parece um sapato!
Nãããã...
Uma bota?
Hummm... No máximo parece uma rampa de skates.
Ok. E aquela? Não parece mesmo um elefante?
Sabem o que me parecem estas pedras todas?
O quê, João?
Pedras.... Posso comer um corneto?

Quando está no topo do entusiasmo, o João informatiza tudo

E eu estava a dar mergulhos e depois fui buscar os óculos e o tubo de snorkel e então esqueci-me que estava a usá-los e fui tocar no fundo da piscina e aquilo deu erro. 


É, meu filho, há downloads assim.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

À noite deito-me entre os dois e ali ficamos até as pestanas serem mais pesadas do que a vontade de brincar. Ontem o Pedro quis mudar de sítio e ficar abraçado ao irmão. Fiquei numa ponta, portanto. Mas assim que o pequenito adormeceu, passei-o para o seu lugar e fiquei novamente no meio. O João achou piada às mudanças e perguntou-me, com a voz pesada de sono, por que tinha voltado para o meio. Disse-lhe que é ali que gosto de estar. 

E tu, João? De que lado preferes adormecer? Esquerdo ou direito?
Ao pé de ti, mamã.

Ó mãe, canta mais uma! Ó mãe, canta mais uma!
E eis que, de repente, sem saber mais onde ir buscar cantigas diferentes para os entreter, começo a cantar a do genérico das Fábulas da Floresta Verde que via em 1985 do início ao fim. Mas como é que me lembro da letra todinha sem uma única falha? E a seguir veio a do Dartacão. E a seguir a dos Flinstones. E por aí fora. E é então que aparecem as memórias de verão. A praia de maio a novembro. Tantas vezes a chuva a bater na toalha. As calipadas ao longo do dia. Os croissants e os lanches mistos a roer a fome de fim de tarde. O leite achocolatado em cima do muro. As fugas de bicla para a piscina. Para todo o lado. Os copos de iogurte atirados de um prédio para o outro e as conversas através do fio. As sestas na rede entre uma árvore e a outra. As perseguições detetivescas pela ruelas mais escondidas de walkie-talkie atrás da mão. 


Ainda sinto o nariz queimado do sol.



Só não me perguntem o que fiz ontem.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Gente informada é outra coisa

Ó João, que é que o teu pai gosta de ver na televisão?
O meu pai gosta muito do Pesca Radical e do Ouro Abaixo de Zero.
E a tua mãe?
A minha mão quase não vê televisão. Gosta é de ler. Agora anda a ler A Rapariga no Comboio.

Temos big brother em casa. Neste caso, big son.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O protagonista chegou agora a casa com um chocolate preto com laranja. Diz que é para ver se adoço, que ando muito amarga. 

Pois, vamos lá ver como fico com a acidez da laranja.
Hoje de manhã fui passear com o meu pequenito. Só os dois. Às vezes sabe-me bem estar só com um deles para poder olhá-lo como deve ser, sem distrações. Caminhamos muito, de mãos e almas dadas, compramos pão e só regressamos a casa quando já não havia nem uma migalha. Gosto tanto destas nossas pequenas tradições que se vão enraizando no dia-a-dia. São vergonhosamente simples mas ganham a maior importância do mundo quando saímos de casa e, em silêncio, as mãozinhas pequenas me puxam para aquele caminho porque é para ali a felicidade, para aquele pedaço de pão com o mundo a girar à volta. 
No regresso a casa, uma obesa de orgulho fez questão de não nos deixar passar no pouco passeio que restava do seu nariz empinado mas que, ainda assim, teria dado para todos. Olhei para ela e atirei-lhe um sorriso. Vim o resto do caminho a pensar que sinto cada vez mais certeza de que estou a educar os meus filhos na direção certa. Ensino-os a darem o seu lugar, a não quererem ser sempre os primeiros a descer no escorrega, a deixarem a parte mais fácil do passeio para os mais velhinhos, a serem dóceis e amáveis um com o outro e com os outros. Estou a fazer um bom trabalho, sei que estou. E se me disserem que vão ser comidos vivos, volto a atirar com um sorriso. Já vi muito cabrão a ser esbofeteado pela bondade de algumas pessoas. E a levar um grande encontrão de sorrisos como os dos meus filhos.
Malta que foi ao meu casamento, botai os olhinhos nisto.

E agora? Já podemos conversar?

As crianças, as crianças...

Vês, João, foi aqui que tu e o mano foram batizados.
O que é isso de batismo, mamã?
Olha, filho, é quando os meninos se tornam cristãos aos olhos de Deus.
(Silêncio para reflexão)
De que cor são os olhos de Deus, mamã?


Pois é, pois é. Muita gente acha de certeza que era um bom momento para dizer que são de todas as cores e abarcam todas as pessoas, mas não é muita gente que teria que responder às perguntas seguintes. Era eu. Sorri apenas.

Começo a achar que ele faz de propósito e só quer é visibilidade aqui no blog

Vestes o miúdo enquanto eu vou buscar os casacos a ver se nos despachamos a sair de casa?
Visto.



Já vestiste o menino?
Já.
Guardaste o pijama?
Não.
Onde está? Não o vejo!
Não sei... não me lembro onde o deixei.


...


Mamããããããããããã, o mano tem o pijama vestido por baixo da roupa da rua!!!!!!

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Pequenino, pepino e mais não sei o quê

Claro que ajuda dar-lhes a conhecer livros desde pequenitos, embora eu não acredite que miraculosamente exista mais tarde uma leitura por prazer se não houver realmente gosto nisso. 
Por cá habituamos os nossos desde bebés. Há dez prateleiras de livros infantis na sala em regime de pronto-a-usar. Para lhes dar uma mãozinha, vou deixando em cima da cama, sempre que lembro, um livro diferente e nunca vou encontrá-lo o mesmo sítio. 

Este já foi o preferido do João quando tinha a idade do irmão e agora faz as delícias do Pedro. É o livro da semana:




O início do primeiro ciclo traz realmente uma mudança radical às nossas vidas. Como é possível que as crianças se tornem tão independentes e já não seja preciso, numa questão de poucos meses, estarmos a ler-lhes tudo quanto são legendas e anúncios publicitários, títulos de livros e instruções de jogos?
O João até já tem um livro de cabeceira!! Não é fácil pôr os miúdos a ler, mas, se fizermos a opções certas, podemos ficar surpreendidos.


A coisa que mais irrita o pai, além da minha evidente desorganização computacional, se é que lhe podemos chamar isto, é chegar a algum sítio, especialmente ao shopping, e ter que me segurar na carteira. Então agora que as quero maiores para carregar a casa toda é que ele afina. Eu bem tento disfarçar o riso, mas às vezes não consigo e lá o enervo mais ainda. Não é por mal e, às vezes, quando brinco e lhe digo que está todo a fazer pendant, até acha piada mas, pelo sim pelo não, atira-me logo a carteira para os braços não vá alguém vê-lo naquelas figurinhas. 

Para consertar este mal, tenho que o levar mais vezes a passar à porta da zara, para que possa observar a tão expansiva espécie de homens que aguardam pacientemente as suas respetivas enquanto experimentam mil e uma peças que não vão levar de forma alguma para casa. Eu sei, eu sei, eles vão deitando o olho a quem passa, mas entre uma deitadela de olho e outra bufam que se fartam.

A pólvora

O João nunca fez grandes birras. Ou ter-me-ei eu já esquecido delas? Bom, não me ficaram na memória, o que não é mau de todo. Já o Pedro, bem, o Pedro conseguiu ser o rei das birras por estes lados. Tentei de tudo para as evitar, resolver, encurtar, diminuir, enfim, de tudo. Só uma coisa funcionou de verdade: os abraços. Sempre que previa que vinha de lá uma birra daquelas a valer, deixa-o chegar a um ponto de maior irritação e depois ajoelhava-me, com um sorriso nos lábios, cantarolava dentro da minha cabeça uma panpipes qualquer - quanto mais ridícula melhor - e abraçava-o. Se tentasse soltar-se, apertava com mais suavidade mas nunca largando e dizia a mamã gosta mesmo de ti, até assim, no cúmulo das birras. Aquilo desconcertava o miúdo de tal maneira que a birra acabava por se consumir a ela mesma e ele ficava a olhar para mim com ar de a-minha-mãe--coitada--é-mesmo-doida-ou-estará-só-a-fingir-?. Este é um olhar que muito aprecio nos meus filhos. 

É o chamado descobrir a pólvora.
E mandá-la pelos ares.

Um ditador qualquer...

Já acabei o bolo para o meu pai. Queres rapar a taça da massa?
Quero, deixa aí que já vou.


Então? A massa estava boa?
Estava muito boa.
Como é que limpaste aquilo tudo? Estava como se tivesse sido lavada!
Foi com o napoleão.
Com o quê?
Com o napoleão.
Não terá sido com o salazar?
Isso.





segunda-feira, 27 de julho de 2015

O que eu gosto de um bom corretor ortográfico!

Enviei uma mensagem a uma amiga para saber se já tinho ido de férias. Respondeu que não, que agora já se lavava.

?!? Estranho!...

Fui ver a mensagem que lhe mandei e era isto

"Então, Fulaninha de Tal, já foste ou ainda andas por cá?"

só que sem o último acento e sem espaço entre essa palavra e a anterior.

Ups.

Não sou capaz de manter amizades.

sábado, 25 de julho de 2015

Aqui vai mais um elogio

Uma gaja farta-se de ver roupa suja no chão ao lado da banheira. Uma gaja reclama. Uma gaja ouve, vezes sem conta, que o cesto está longe e que é fácil esquecer-se da roupa ali. Pois, uma gaja compreende: afinal uma gaja sabe que tem um casa de vários hectares e custa muito chegar ao cesto da roupa para lavar que está na lavandaria, ao lado da máquina que, incrivelmente, lava a roupa suja. Uma gaja compra, então, um outro cesto e coloca-o ao lado da banheira precisamente no sítio onde costuma estar a roupa no chão. Uma gaja vai encontrar todos os dias a roupa suja no cesto, só que não é lá dentro. É em cima. Uma gaja compreende que seja cansativo levantar uma tampa e atirar com a roupa lá para dentro. É uma estafa. Modos que uma gaja fica farta. Uma gaja recorda que tem uma amiga cujo homem, certo dia, chegou a casa para encontrar um urinol novinho em folha acabado de instalar no wc e ao qual foi dito amigo, a partir de hoje esta área é tua, mija à volta, salpica a pastilha, consporca o chão à tua vontade: és tu que limpas e uma gaja sente vontade de deixar crescer uns tomates assim e comprar um cesto da roupa suja com rodinhas. E altifalante. E sistema fácil de abertura de tampa.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

O poder de uma vírgula

Não tens mesmo nada de bom para dizer de mim lá no blog?
Claro que tenho, mas isso estragaria tudo.
É indecente.
Posso oferecer-te uma contrapartida: vais lá e escreves sobre os meus defeitos.
Não, obrigado.
Mas podes cascar-me à vontade! É uma grande oportunidade!
Não quero.
Vá lá... Só quero que me garantas que dizes mal de mim mas com amor.
Não consigo.
Não consegues o quê? Dizer mal de mim ou falar de mim com amor.
...



Silêncio sacana.
Silêncio, sacana.



quarta-feira, 22 de julho de 2015

Cheguei agora do dentista. Venho com três dúvidas que me consumiram ao som da broca:
1ª A quem recorre um dentista quando tem que tratar os dentes? Em quem confia como em si próprio para entregar assim a sua preciosa boquinha? E, já agora, uma ginecologista? E será que já alguém tentou autoauscultar-se?
2ª Parece-me que já esgotei as três dúvidas, mas aqui vai mais uma: à pergunta constante e atenciosa está tudo bem? e uma vez que me apanhava sempre de boca aberta, como será que um dentista distingue o aaahhh de sim, tudo ok do aaahhh de pára, porra?
3ª Já que estou a abusar, cá vai outra: será que sou só eu que entro em pânico quando a assistente se afasta do tubo sugador de saliva por mais de vinte segundos?
Até admira não teres vindo cá dizer nada sobre a Carbonero. 
Admira, porque não sabem esperar.

Agora já estou em condições de vir cá dar a minha opinião. É que estava cheia de pena da rapariga. Ai o Porto é uma nheca e eu não quero ir biber para lá. Ó pra ela já com o sotaque, não é? Pois! 
Ninguém, mas ninguém, devia ser capaz de passar por esta vida sem saber o que é um basilháme.

Azedume

Há uns tempos comprei um candeeiro novo para a cozinha. Foi difícil, já lá estava um, que servia perfeitamente, mas eu ia na rua e vi-o. O amor à primeira vista é tramado, então quando vem aumentado pelo vidro de uma montra!!...
Lá o trouxe comigo. Custou-me muuuuuito arrumar o outro. Sou uma agarrada. Mas tive coragem e substituí-o. 
Com o novo comprei também uma lâmpada muito linda (sim, há lâmpadas muitos lindas e outras que são autênticas aventesmas, ninguém lhes pega), que não cabia no candeeiro. Nada a ver com a rosca, o bolbo é que era mesmo demasiado grande para o buraco. É, tanta coisa gira que podia ser dita agora, mas estou demasiado azedada para isso. Tenham paciência comigo.
Toca a procurar outras que lá coubessem com as características necessárias. Tarefa árdua, digo-vos! Ora era demasiado fraquinha, ora era de luz quente, ora era feiosa. Ontem consegui encontrar o que queria. Consegui! Só que cheguei tão tarde a casa que só hoje foi possível colocá-la no sítio. Olhei para ela, ali, tão perfeita e sorri. Toquei com o dedo no interruptor e acendi a luz. Foi nesse preciso momento que a p*t* fundiu.
Amores à primeira vista? C*gu*m lá nisso!
Sou só eu que acho muito pouco adequada a expressão "oh, bolas! Ocorreu um erro ao carregar a página"?
Que merda de palavreado vem a ser este, pá? Chromos!

domingo, 19 de julho de 2015

A única semelhança entre a amamentação da primeira viagem e a da segunda é o pai desta casa a dizer constantemente que tem é pena que fábrica não produza cerveja.
Tenho poejo dos Alares! Tenho poejo dos Alares! Na na na na na naaa! Vou fazer um gaspacho um condiçõõõões! Na na na na na naaaa... Quem mais diz é quem mais éé... (som da língua de fora)

quinta-feira, 16 de julho de 2015

O problema da mãe dos meus filhos é ser demasiado infantil para eles. 
Por exemplo, o João está a estudar matemática comigo e não consigo pensar noutra coisa que não seja

Para  e mais além!...

Teoria da evolução

Os desenhos animados que os meus filhos escolhem ver vêm sempre acompanhados por formas de estar diferentes.
Quando é altura do Noddy, abundam os gugudadas.
Segue-se o Ruca e os mamãdácolinhos.
Depois aparece o Mickey e os constantes quéitoquéaquilos.
O Tom e o Jerry trazem os nãoquéitonemquéaquilos.
Entretanto já o Jake invadiu a casa e veio acompanhado de muitos nãoqueroveressecanalqueissoédebebés.
O Gumball aparece por todo o lado com os recorrentes nãoestouemcimadamesadejantaretambémnãoacabeidedestruirumasmolasdosofás.
Finalmente surgem os Teen Titans e só se ouve os ohmantusóinventas. Ah! E claro, quando a mãe se põe a olhar embasbacada de amor, como aliás já faz desde os tempos do Noddy, leva com os sim,oqueéquefois na benta. Toma lá evolucionismo, Darwin.




To be continued...

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Há quem se queixe que o pai é aqui muito maltratado. O próprio diz que não vale achincalhar a torto e a direito apenas porque acho que é engraçado. Reconheço que têm todos razão e venho cá hoje redimir-me e fazer um grande elogio. 

Esta Mãe - O próximo a ir à garagem tem que trazer  leite que já acabou.
Pai Achincalhado - Sim...

EM - Vais à garagem?
PA - Vou.
EM - Traz leite .
PA - Hummm...

EM - Já foste à garagem?
PA - Não, vou agora.
EM - Não te esqueças de trazer leite.
PA -  Aha.

Antes de fechar a porta
EM - Levas o lixo? Não te esqueças do leite!
PA - Tá bem...

No dia seguinte
PA - Vou fazer o pequeno-almoço dos miúdos...
         Não há leeeiiiiite!?!
EM - Eu disse-te para trazeres ontem.
PA - Disseste? Não disseste nada! Caraças, agora vou ter que ir à garagem! Podias ter avisado!


Fica o elogio possível.









Numa loja de brinquedos, entre bisnagas e piscininhas insufláveis, encontrei um brinquedo cujo slogan era para as crianças se molharem. Nem prestei muita atenção a que raio de brinquedo seria aquele, não preciso de gastar dinheiro com isso. Basta-me deixar a porta da casa de banho aberta.

sábado, 11 de julho de 2015

Parabéns, Pedrinho!!!!!



Três. Caramba! Três anos... Já quase não me cabe no colo. Tem piada que ainda corra para ele já quase não cabendo lá. É uma montanha de carinho este menino. E de sorrisos e carícias. Também é um vulcão de alegria e efusividade. É um carrossel o Pedrinho.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Então, João, já tens a prenda do mano pronta para amanhã?
Já.
E o que é que lhe vais dar? Brinquedos?
Isso já vocês dão.
Livros? Jogos?
Não!
Então?
Vou dar-lhe um papel com um desenho do nosso abraço.



À porta do MacDonald's há sempre muita gente... e às vezes há cocó.

Cuidado aí, João! Não calques, filho.
Ui, que nojo!
Pois é. É uma porcaria. Quem será que fez isso?
Se calhar foi um cão.
Se calhar foi.

Ou um cavalo.
Sim, também pode ter sido.
Ou um boi. Pelo tamanho foi um boi.
Isso também é possível.
Ou uma vaca cheia de maminhas. Assim como tu, mamã.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Oh pá oh pá oh pá

É mesmo verdade que agora existe uma modalidade nos ginásios chamada piloxing? Hahahahahahaha!!!!!...
Quero cá saber que seja um misto de pilates e boxe. Eu quero é saber quais são os equipamentos utilizados nisto!
Hahahahahahaha!!!!!...
Esse teu urbanohortocoiso serve para quê mesmo?



Ora bem, lá vêm vocês com perguntas giras. Serve para muita coisa! Para dar sabor aos cozinhad..., para embelezar a varan..., para ...

Serve para mariquices.


terça-feira, 7 de julho de 2015

A vida é como uma cama com lençóis pequenos: ora tira de um lado, ora dá a mais do outro.
Então e tu? Usas lingerie sexy?

Que raio de pergunta! Claro que sim!



Fazem-me cada pergunta aqui!

Esta é a mais provocadora que tenho. 


O que foi? Tem renda!

E o decote até é bastante profundo!

O que foi?




Não, não passo camisas de dormir a ferro. 


Fiquei a pensar que se calhar o meu pijama da Formiga Atómica servia para o mesmo efeito. As calças são bastante justinhas.

Sensualidade vintage. 

O que foi?
Os homens são todos assim ou é só cá em casa? Aspirar implica voltar a por tudo no sítio quando se termina, certo? É que por aqui, depois de concluída esta tarefa, parece que passou cá um furacão. Tudo espalhado! Um vendaval!
O pior é que, segundo dizem os entendidos, não podemos apontar-lhes nadinha. Querem ser valorizados e ter a sensação de que os achamos competentes em tudo. Sempre que lhes dizemos que fizeram alguma coisa mal ou que nos queixamos de algo, a auto-estima mirra-se-lhes e ficam de mau-humor para o resto do dia.

Bem, vou arrumar os poufs e as cadeiras e os brinquedos e as caixas e os cestos. Sem criticar. Trombas já chegam as minhas.
Tenho que admitir que ter vivido até agora sem conhecer a manteiga das Marinhas é muito reles.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Ontem à noite estivemos sem eletricidade durante um par de horas. Pensei logo que seria uma chatice entreter os miúdos assim, mas fiquei surpreendida com o resultado. Fomos todos para o quarto, estivemos ali às escuras a contar histórias engraçadas e a ver passar, ao longe, as luzes dos aviões. Acabamos por adormecer e nem sei a que horas voltamos a ter luz.

Foi tão mágico que acho que vou mandar aquele quadro abaixo uma vez por semana.
Ando tão contente com a minha horta de varanda que até parece que vou conseguir mantê-la quando acabar o verão! Gosto destas ilusões. Deixo-me levar pelas maravilhas do calor, dos pratos picantes de verão, dos raios de luz a bater nas folhas verdejantes e pumba: peço ervas aromáticas como prenda de anos para completar a minha hortinha.
Mas estou mesmo convicta que vou conseguir levá-la avante. Nem que seja só para tratar dos sorrisos irónicos que me observam enquanto passo de regador na mão a caminho da varanda. A malta precisa de motivação, não é? Há quem o faça por gostar de comida mais saborosa, quem queira só provar que é capaz, quem pretenda vingar-se de sorrisos parvos. Ter uma horta urbana tem disto tudo. E tem também o benefício de estar a preparar couscous com tamboril e ir só ali à varanda colher umas ervinhas.
Estou entusiasmada. Temo que terei folhinhas para acariciar durante muito tempo. Estou tão certa disto como de saber que melocotón é pêssego em espanhol por causa das latas que trazíamos de Vigo quando era miúda.

É pêssego, certo?

Pelo menos era o que dizia nas latas.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Feng shui o meu... rabinho!

Ai não sei quê o espaço, ai não sei que mais a influência, ai ainda por cima o nosso bem-estar. O tanas! Sempre que penso que está tudo alinhado, lá me aparecem todos na casa de banho para acertar agulhas sobre qualquer coisa sem interesse nenhum. E esperar que eu acabe, não?