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quinta-feira, 23 de junho de 2011

São João

Quando era miúda, íamos para o actual recinto onde se faz a feira do artesanato em vila do conde levar marteladas na tola e comer algodão doce. Sempre que me lembro disto, vem-me aquele sabor cor-de-rosa à boca e parece que fico com as mãos pegajosas. Acho que nunca me conseguiram acertar com a parte fofa do martelo e aquilo dói que é doer! Mas lá estávamos, ano após ano, a percorrer os caminhos em terra vermelha partidos a meio por bancos de jardim em ferro pousados nas fatias de relva.

Também havia pipocas coloridas! Mas o algodão doce...

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Dia da Criança




As fugas para a bouça de onde voltávamos com ratazanas enormes agarradas pela cauda para assustar as vizinhas;
O calipo de coca-cola a escorregar pelos dedos enrugados de tardes inteiras a apanhar ondas no mar;
Mil e uma mãos dentro do alguidar carregado de pardais fritos;
O verde sem-fim da quinta de beiriz a espreitar-me pela janela do quarto;
As mangueiradas de alívio durante a madrugada na Idanha, logo depois de uma história de terror contada debaixo dos lençóis com a lanterna sem pilhas;
Esparguete e ovo estrelado quando não apetecia comer;
As rãs esturricadas nas tampas de saneamento do rosmaninhal às 4 da tarde;
O taz, o bip bip, o coiote e speedy na tv galicia.
Sacar as chaves do carro às escondidas e ir dar uma volta curta.
Os risos.
Os murros no estômago só para ver se dói muito.
Os bilhetes de desculpas por baixo da porta do quarto.
Os sonhos.
Os planos.
As certezas.