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sábado, 28 de junho de 2014

Ser seguro de si próprio é...

O João nunca está errado. Nunca!

Mano, está muito sol, anda cá: vamos por os chapéis.
Chapéus, João, o plural é cha-péus!
Cha-péis! Não percebes nada disto. Não vês que estamos a falar em inglês?





A sério. Nunca!

Ter filhos é uma chatice (temos matéria para muitas postagens)


Eles zangam-se. Um com o outro. Connosco. Nós zangamo-nos. Com eles. Um com o outro. Enfim. Há por aqui alguns mamã agora sou eu no teu colo, já sei quem é que vai tirar o carro da garagem com o pai porque é sempre a mesma coisa, quando chegares a casa quero que me dês um beijo primeiro. Passam muitas vezes um pelo outro e nem se vêem, entretidos com as suas coisas. Ou então, o mano não me liga nenhuma e eu queria mesmo era brincar com ele
Mas garanto que isto não é a regra. Acontece aqui e ali. Mas a regra é olhem, olhem os dois agora que o mano está a fazer-me festinhas na cabeça!
Como é que os meninos hão de gostar de sopa se se parece com cocó?

Passo a explicar: não se parecem.

A sopa preferida do João é, desde sempre, caldo verde. Quanto mais chouriço melhor.
Já o Pedro aprecia uma boa sopinha de beterraba. Não, aquilo lá em cima não é bloody mary.

Não há como confundir com cocó. A menos que já esteja seca. E nas meias do mano. :)

Então e sopa? Os teus filhos gostam de sopa?

Ontem, depois de jantar, os miúdos foram brincar para o quarto.

Mamããããã, disse o João com toda a calma, era melhor o Pedro sair de cima da minha cama, porque acho que tem cocó nas meias e vai sujar os lençóis.

Fui espreitar. Não é cocó, filho, é sopa. Deve ter-se sujado a comê-la há bocadinho.

Sopa? Sai já daí, mano. Que nooooojo!


sexta-feira, 27 de junho de 2014

Sou professora há catorze anos. Já ensinei língua portuguesa, português e literatura portuguesa, inglês, história e geografia, expressão dramática e teatral, a miúdos do secundário, do terceiro ciclo, do segundo, a adultos do recorrente, EFA e CEF, turmas de percurso curricular alternativo e adultos em formação, vigiei exames de todas as áreas, percorri o país e conheço amiúde as zonas norte e centro. Confesso que é a primeira vez, e já ouvi, li e vi muita coisa, que fiquei mesmo, mesmo, mesmo de boca aberta:

Ora então e a sinestesia. Alguém sabe explicar em que consiste?


É a mistura de sensações, não é, stora? Tipo, a parede branca e fria - tem a visão e o tacto.
Ah, mas então os invisuais não conseguem entender esta figura de estilo, como não vêem...
Estás parva ou quê?
Ah, pois é, entendem se lerem o texto naquela linguagem deles... o... o... hebraico!!


(Alunos de 12° ano de línguas e humanidades, cá beijinho. Agora ide estudar.)

Ter filhos é uma chatice... (continuação)



Efetivamente, tudo muda quando nos aparece uma criaturinha lá por casa que em tudo depende de nós. Mesmo quando já nem em tudo deveria depender.
Levante o dedo a mãe que consegue ir à casa de banho e terminar o que ia fazer sem procurar atrapalhada o rolo de papel, provavelmente já espalhado pelo chão ou enrolado à volta da maçaneta, antes de ter que o fazer com um ou dois putos já ao colo.
Levante o dedo o pai que consegue terminar continuar começar a jantar sem sobressaltos, interrupções barulhentas e nervos à flor da pele.
Levante o dedo, ainda que timidamente e a acenar que não, que consigo não é assim, a mãe que nunca disse anda lá depressa que ele deve estar a acordar para mamar e vê lá se não me tocas nas mamas que não me apetece estar a lavá-las outra vez.
Levante o dedo o pai que papava dois ou três filmes por noite antes de se esparramar no sofá e ficar lá até às 5 da manhã e agora tenta vislumbrar uma ou outra série entre intervalos de Disney Channels Cartoon Netwoks.
Levante o dedo a mãe que ia tentar disfarçar as estrias e pneus para a varanda enquanto devorava Cosmopolitans e Vogues esticada ao sol e agora usa as revistas para marcar as balizas enquanto dá uns chutos na bola que lhe estragam o verniz vermelho acabado de atirar para as unhas dos pés.


Pronto, podem baixar.

É que depois eles correm assim, lado a lado, esperam um pelo outro para nenhum dos dois perder a corrida e... enfim... é uma chatice.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Ter filhos é uma chatice

Anda aí uma grande polémica, mas eu, desde que me vi envolvida numa cena de pancadaria no liceu por causa de um rapaz que nem conhecia, fujo assim que me cheira a esturro. E esta polémica cheira mesmo. Vem um pediatra diz que tal, a malta grita que absurdo, vem outro diz que nem por isso bem pelo contrário, a malta grita que absurdo, junta-se-lhes quem tem sempre uma opinião sobre tudo, quem nunca tem opinião sobre nada mas gosta de espalhar as dos outros, enfim, cenas do faroeste que nem ao Lucky Luke lembraram. Por isso, jovem, se desde que nasceram os teus filhos,

não consegues fazer em condições as coisas lá pelo WC

não consegues fazer em condições as coisas lá pela cozinha

não consegues fazer em condições as coisas lá pelo quarto

não consegues fazer em condições as coisas lá pela sala

não consegues fazer em condições as coisas lá pela varanda

então está identificado o teu problema: a tua casa é uma merda. Muda de casa!

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Pois é, pois é, vem aí o verão. Eu cá já tenho andado a tratar da linha para não fazer figurinhas na praia e não me importo nada de partilhar o meu doloroso plano de treino. Contudo, devo avisar previamente que se trata de exercício árduo e não o aconselho a pessoas que não estejam minimamente preparadas para sacrifícios desta natureza.
Comecemos pelos agachamentos, tão relevantes para recuperar ou manter a firmeza do rabiosque: a primeira coisa que fiz foi colocar os pacotinhos de belgas na prateleira de baixo. Ir buscá-los obriga-me a um intensivo exercício de várias séries (daí a importância de serem pacotes individuais), naturalmente interrompido por momentos de pausa (enquanto as mando abaixo) e que, desde que se tenha o cuidado de escolher bolachas de que realmente gostemos, pode ser repetido ao longo do dia.
Outra parte imprescindível deste plano passa pelo treino de abdominais: esta parte é das mais fáceis, não entendo por que se queixam tanto de trabalhar esta zona. Eu limito-me a dispor as mini-barras de Bounty no sofá o mais longe possível do meu alcance. Quanto mais longe estiverem, mais trabalho esta área.
Para queimar gordura: fazer dois filhos que só querem a mãe para isto e para aquilo. São muito autónomos, atenção! Mas para lá chegarem tive muitas vezes que desejar sentar-me na espreguiçadeira e ensaiar o movimento de o fazer para ouvir imediatamente um mãenheeee e nem chegar a roçar a almofada quanto mais alapar o coiso. Ora, isto, parecendo que não, exige muita flexibilidade (no que toca à paciência) e é bastante glúteofriendly.
Sinto, honestamente, que este plano está a funcionar. Espero que se vá notando mais e mais lá para julho ou assim.


Entretanto também já adquiri um triquini que me tape consistentemente as partes, não vá isto não se dar. Mas duvido.