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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Ano novo, vida antiga


Quando era miúda, nos minutos antes da meia-noite, montávamo-nos na mota e arrancávamos cheios de pica, para entrarmos no ano novo a alta velocidade. O entusiasmo era muito, a sensação inesquecível. Os nossos desejos não levavam passas, nem o chinfrim dos tachos, não conseguíamos ouvir as badaladas. Só ouvíamos o nosso coração a bater e os gritos que nos fugiam da boca.



Mais logo não há mota, nem velocidade, nem a excitação de antes. Mas aposto que ainda vou sentir o vento na cara...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

ãmor


Hoje ao jantar comi uma romã. E vi-me outra vez menina, sentada em frente da lareira, encantada com os estalidos do fogo e as cores quentes das labaredas a enrubescer-me a face. A minha avó, ainda nova, a contar-me lendas da raia beirã. A minha saia vermelha rodada e o gancho laranja em forma de lua cheia. Mil e uma sementes a dar-nos tempo para mais uma lenda. O cheirinho a lenha denunciando a chegada do meu avô.

Sinto a cara quente e a alma vazia...

Que saudades de ser menina...