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domingo, 13 de outubro de 2013

Há dois tipos de mulher. Encontrarem-se os dois no mesmo espaço é coisa para dar asneirada.
No shopping, aproveitei uma das correrias dos miúdos para apanhar um balão e pisguei-me para uma sapataria, só para espreitar as modas. Partilhavam o mesmo sofá uma miúda com a mãe a experimentar sapatos rasos (esta pertence ao primeiro tipo, o das cabras) e duas amigas que babavam para cima de uns sapatos com tacão de 15cm (estas pertencem ao segundo tipo, o das que não gostam de cabras). A conversa entre as duas distraiu-me da prateleira das botas:
- O que eu gostava mesmo era de ser uma mosca para ver o que o meu marido anda todo o dia a fazer!
- Credo! Nem pensar! Já me chega ter que olhar para ele quando estamos em casa!
 
Enquanto eu pensava ora aqui está uma boa teoria!, a miúda grita para a mãe naquele tom alto mas que não deixa de ser finoqueseilá:
- Mámi, (não, não era o inglês mummy, era mesmo assim mesmo - mámi), por que é que a mámi não compra uns sapatos como os destas senhoras que são tão altos e tão giros?
- Oh, minha querida, porque esses sapatos (e aponta para os pés da outra) são para quem não faz nada na vida! A mámi não pode usar aquilo!
 
Quando a dos sapatos para quem não faz nada na vida se levantou com as mãos na anca, eu saí. Parece que pertenço a um terceiro grupo que desconhecia: o das que não têm tempo para ver porrada, porque os filhos demoram muito pouco tempo a escolher a cor do balões à porta da chicco.
E depois do último post, caiu o primeiro dentinho ao João. O do lado já abana também. Nasceu mais um ao Pedro. Outro já está a espreitar. Não estou preparada para isto. Segue-se o quê? Começarem a trazer sirigaitas cá a casa?

domingo, 6 de outubro de 2013

Isto hoje é que vai aqui um saudosismo! Chegou finalmente o armário que me vai libertar destas caixas espalhadas por todo o lado desde que chegaram as camas novas dos miúdos. A garagem estava insuportável, mas foi-me servindo de desculpa para as bocas foleiras que ouvi todos os dias sempre que me pus em frente ao espelho sobre a minha pausa na prática de exercício físico desde que o Pedro nasceu, ou o João, ou um bocado antes.... Sempre que precisei de entrar no carro fazia uma ginástica do caraças e dizia a mim mesma que não valia a pena gastar dinheiro em ginásios. Pelo menos ainda tenho alguma flexibilidade! Enfim, mas onde ia eu? Ah! Fiz três montes: o "lixo", o "nunca se sabe se vai dar jeito outra vez" e o "uso todos os dias". Escusado será dizer que o primeiro está praticamente vazio, no último há já uma série de coisas importantes e aquele ali do meio está, digamos, lotado. Pressinto que vai haver problemas cá em casa porque alguém vai ter que me chamar à razão.
Está a custar-me mandar as coisas dos miúdos para a garagem quanto mais deitar fora seja o que for! É um misto de orgulho possante por já estarem tão crescidos e uma saudade melosa de os ver do tamanho do meu colo. Longe vão os tempos em que o meu dia andava à volta do PureLan, do Cicalfat ou do Cicamel.
Agora tenho aqui dois matulões que me enchem a casa e as medidas. O que vale é que o colo de mãe vai crescendo com eles.