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quinta-feira, 30 de abril de 2015

Mais uma vez, venho cá partilhar, porque pode dar jeito a alguém, que encontrei um novo esquema de exercício para a tal forma de verão que todas pretendemos. Lá na escola, arranjaram-me um cacifo daqueles de rés-do-chão. É assim que tratam os últimos a chegar: agacha-te para aí, tivesses vindo mais cedo. Ora, eu não podia estar mais agradecida por cuidarem tão afincadamente da minha linha. São tantos agachamentos quantos intervalos. Às vezes, quando me esqueço de alguma coisa, até lá vou mais do que uma vez de 90 em 90 minutos. 
Outra série de exercícios que faço com alguma frequência são as idas ao wc. Já sabemos que, depois de termos filhos, a bexiga aumenta consideravelmente os alarmes (os tais 90 minutos quase já não são suficientes), pelo que, como sou uma nojentinha e não me sento nas sanitas do povinho, aquela posição manhosa de cadeirinha, junto com o pavor de roçar com as pernas ou o rabo na louça contaminada, já para não falar na força para controlar tudo isto e ainda conseguir fazer sair o chichi, resultam num belíssimo exercício para trabalhar os músculos da barriga e das coxas e ainda, claro, a flexibilidade de lidar com micróbios.

Sim, sim, sou muito nojentinha. Tão nojentinha que desenvolvi uma técnica para mudar a fralda aos miúdos em pé. Aqueles fraldários públicos são tão sujos que fui aprimorando a estratégia e agora sou uma pro a mudar fraldas com as crianças em pé. Sim, também para os cocós. Mesmo aqueles mais moles. É espetacular e faz-se em qualquer cantinho. Hei de abrir ali ao lado o formulário para inscrição em sessões de coaching.

Acho que tenho a máquina de lavar roupa meia avariada

Não é que a minha roupa anda a encolher a olhos vistos? Tenho que ir ver o que passa com a sacana da máquina de lavar.
Uma música com a qual me identifico e que encaixa comigo na perfeição?

O Georginho acertou em cheio, na minha opinião. Nem é bem pela letra. Nem tão pouco pelo uuuuuuu. É mais pela parte do tararatantan. Gosto tanto.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Um dia, quando os cientistas inventarem uma forma de transformar cotão em combustível, podem estar a vontade. É só ligarem antes para não haver confusão e vêm cá à vez.

Estamos combinados.
Há tempos o padrinho do João ofereceu-me uma coisa para lá de espetacular: uns difusores de fragrâncias castebel com o - ATENÇÃO!!!!! - cheiro do Yeatman.
Adoro. Acordo e penso que estou de férias. Às vezes estou mesmo. Outras vezes é só o enganador cheiro do sabonete dentro da gaveta da mesa-de-cabeceira.  

Bom, mas isto para quê? Para lembrar que vem aí do dia da mãe. Se não houver tempo, logo a seguir vem o meu aniversário. De maneiras que, como muito apreciei este presente, era só para, enfim, lembrar que muito apreciei este presente. Gosto do cheiro do Yeatman. Gosto mesmo. 

Mas desta vez podia vir algo a acompanhar o cheiro ao hotel. Sei lá, aqueles pequenos-almoços, por exemplo. 

É só uma ideia. Eu ainda gosto muito de pão com manteiga e leite com cevada. 

Fica  a ideia.





terça-feira, 28 de abril de 2015

Hoje, em conversa com colegas, surgiu o tema a melhor forma de educar os filhos é a minha. Uma das colegas está a pensar em fazer um bebé e, com a vontade a crescer, aumentam também as dúvidas. No final, todas concordamos que a melhor maneira é mesmo a de cada uma, adequada a cada um dos nossos filhos. Não há fórmulas miraculosas e o mais acertado varia conforme os momentos. Em nada mais na vida o mais certo é tão incerto.
Quanto à minha maneira de o fazer, opto quase sempre por aplicar o que me parece funcionar melhor: manipulação. Às vezes também me passo, tenho direito aos meus momentos touaquitouaexplodir, mas raramente acontece. O meu papel é o de voz calma e acolhedora. Em caso de birra, escolho sempre desviar a atenção deles para outra coisa. Ai mas assim não aprendem a ouvir o não. Pois, mas eu também não lhes digo que sim. Querem ir pela direita, mas a mim interessa-me a esquerda: convenço-os de que a esquerda tem algo muito mais apelativo do que a direita. Ai mas assim os miúdos também nunca fazem nada do que querem. Fazem, porque deixaram de se interessar pela direita e passaram a querer a esquerda. Para além disso, às vezes acabo por virar na rua seguinte e vou ter na mesma ao parque que queriam inicialmente. No fundo, o que estou a fazer é criar pessoas que entendem que a vida às vezes não nos permite ir pelo caminho que escolhemos mas há outras maneiras de lá chegar. E uma delas é passar pela loja de carteiras que a mãe queria ver antes de chegar ao parque. A vida oferece-nos muitas formas de lá chegarmos. O mais importante é que cheguemos.



(Como eu gostava de conseguir aplicar isto a mim própria e esquecer aquela Michael Kors preta, contornar a situação e comprar uma porra qualquer. Não consigo manipula-me a mim própria. Sou uma fraquinha.)

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Hesitei muito antes de escrever este post. Até porque sei que, entre quem o vai ler, estão menores de idade. Portanto, se tens menos de 18 anos, volta para o telemóvel e continua a jogar cenas inocentes. Se tem mais de 18 anos, não perca também o tempo com isto. Não tem roupa para passar ou o lanche dos miúdos para preparar para amanhã? Se realmente se responsabiliza por esquecer o que vai ler agora imediatamente a seguir a lê-lo, fique mais um bocadinho.

Quando o João nasceu, na primeira consulta após o parto, a médica "espreitou" e comentou:
Isto está uma beleza.

Ora, isto está uma beleza era coisa que eu não esperava ouvir de uma ginecologista. Mas está bem. Foi talvez o episódio mais caricato em que me vi. Até hoje.

Fui ao dentista. Abri a boca e o médico ficou de boca aberta. "Espreitou" (sim, estou a abusar deste verbo) e disse:
Tem uma boca fabulosa. Isto é uma autêntica fantasia.

E é isto. Agora vou fazer um esforço e poupar-nos a todos aos comentários que gostaria de fazer sobre tudo isto. É, eu sei que a malta não aceita conselhos até fazer 18 anos.





Tu também tinhas barriguitas quando eras pequenina?
Tinha, uma.

Quero brincar com ela. Sabes onde está?
Sei. Escondida... atrás desta barrigona.



sexta-feira, 24 de abril de 2015

Depois da aventura do castanho, chega a primavera e uma pessoa ganha toda uma nova paleta de parvoíce.

Boa tarde. Procuro um verniz com uma cor alegre mas que não seja demasiado garrida. Estou inclinada para os tons pastel.

Temos este verde-água.
Já tenho.

Temos também os amarelos.
Boa ideia. Pode ser um amarelo.

Há este amarelo-canário.
Ah, esse não. Quero mesmo algo mais suave.

Só se for este amarelo-milho.
Também não. Eu queria era um amarelo-post it.



segunda-feira, 20 de abril de 2015

Quais manitobas, quais anglo-americanos, quais wall streets, quais helen dorons, quais quê?

Hoje quando cheguei a casa, vim encontrar o Pedro a dizer os números até cinco em inglês. E finalmente descobri onde anda a aprender as cores e os números.
Instituto?
Escola de Línguas?
Academia?
Nada disso! Youtube. Baby Big Mouth.


Que orgulho! O meu filho ainda não sabe falar inglês (com as sílabas todas): a sequela.




domingo, 19 de abril de 2015

E por falar em sotaques

Quando fomos a Lisboa nas férias da Páscoa, vim ainda mais deliciada com o sotaque alfacinha. É verdade, gentes do norte, aticem-me já os cães: eu gosto (mesmo muito) da pronúncia lisboeta. É de uma doçura que não se encontra em muitos sítios.
No pizza hut do vasco da gama, faltava-nos uma cadeira para sentar o Pedro. Uma senhora aproximou-se com uma daquelas do ikea e ofereceu-no-la:
Fique com a cadêrita, menina. Já nã preciso dela. 

Mel, mel puro.
Mais tarde, quando passeávamos pelas ruas, encontramos um casal desavindo. A discussão parecia acesa, mas assim que nos aproximamos, mel outra vez:
Cômo é que é possível que ainda me quêras magoar! Voltaste a beber? Chêras-me a álcool!

Nem pareciam estar zangados. Só lhes faltava dar um abraço e aquela cena passaria por um reencontro romântico.

Nós, a malta do norte, quando discute, não há melzinhos, só há caralhadas e vozes grossas. À saída do zoo chateamo-nos já nem sei bem porquê e estava a ver que aparecia a polícia para tomar conta dos desacatos. 
Sim, a maior parte das vezes a malta do norte discute forte e feio e nem sabe bem por que está a discutir. No dia seguinte já nem se lembra que houve zanga. No dia seguinte ou quando chegam ao carro.
Hoje, na mercearia, perguntaram-me se o meu nome se escreve com w ou com v de vola.

Nenhum dos dois.

Ui! Tinha que me levantar às quatro da manhã...

O meu facebook está constantemente a ser bombardeado com artigos sobre o envelhecimento. Ide lá chatear o caracinhas, sim? Estou rija cumó aço! Pronto, se calhar rija não será bem o termo adequado....
A última enchente foi de demonstrações de como aplicar o hidratante de rosto em cinco passos. Ora, meus amigos, nesta casa não há tempo para essas mariquices. A maior parte das vezes aproveito o que sobra entre os dedos no fim do banho dos meus filhos e espalho-o na cara. Raramente chega para o pescoço: tenho que começar a pôr mais creme nos miúdos.
Em momentos de luxo, os cinco passos que sigo para uma aplicação de sucesso são: 1 - pegar na nívea boião azul; 2 - abrir a tampa; 3 - espetar o dedo indicador lá dentro; 4 - espalhar o creme na cara à balda; 5 - fechar o boião. 
Quando tenho daqueles intervalos mesmo grandes, ainda me permito um sexto passo que é arrumar a nívea no sítio certo. Mas este passo é dispensável para uma boa tez.


Esfoliação? Claro que faço! Quando estou a brincar com os meus filhos aos super-heróis farto-me de raspar com a cara no chão. Caso ainda não tenha sido aspirado, não faltam areias para me limpar os poros.

sábado, 18 de abril de 2015

Adoro esta fase dos 2 - 3 anos. Nestas idades, os meus filhos encaixam na perfeição no meu colo. Somos só nós por alguns minutos.

?!?

Mamã, por que usas óculos e lentes?
Porque vejo mal.
Vês mal? Então tira os óculos.
Já está.
E agora olha em frente. O que vês?
A parede.
Então tu vês bem, mamã. Se visses ali um barco é que vias mal!
Hoje de manhã olhei para mim ao espelho, o que já não fazia há muito tempo (normalmente acordo a correr, esvazio a bexiga em cinco segundos, pisgo-me para a cozinha a alta velocidade e engulo o pequeno-almoço. Sei que tenho sensivelmente dois minutos e meio entre sair da cama e ter a casa toda atrás de mim para saber das pantufas, para aquecer o leite, para isto e para aquilo). Devo ser a única pessoa cujo cabelo é muito, mas muito mais giro quando acorda do que ao longo do dia.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Eu não disse que os posts iam começar?

Há já umas semanas que ouço o Pedro a dizer com entusiasmo sons perdidos, sem sentido, disparatados como iiiiiiiinnnn, llloooouuuuu, eeeeeedddddd, llllluuuuuuu, e outros do género. 
Pensei que fossem aqueles sons que os miúdos começam a atirar ao ar com preguiça de começar a falar em condições. 
Hoje, enquanto esperava pelo jantar, observei-o a manusear o tablet com a destreza que lhe é característica no mundo gadgetiano. Começou a pronunciar esses sons e apercebi-me que havia ali uma espécie de eco vindo do tablet. Afinal era um vídeo do youtube muito marado no qual alguém com umas unhas ainda mais maradas descasca uns ovos embrulhados em plasticina de cores diferentes e uma musiquinha de fundo vai dizendo as cores em inglês: blablablabla greeeeeennnnn, blablablabla yellllloooowwww, blablablabla reeeeeeeddddddd, blablablabla bbbbllluuuueeee. E iam aparecendo o verde, o amarelo, o vermelho, o azul e por aí fora.

Agora, vamos por partes, às coisas que me afligem :
O meu filho já fala inglês.
Há vídeos muito parvos no youtube.
Que p*tas de unhas são aquelas?

Quem sai aos seus não é de... chocolate?

Enquanto fazia um cheesecake para dar uso à montanha de morangos que me veio parar à cozinha, passei um ovo para as mãos do Pedro para ver a reação.
Não o estatelou no chão.
Não o lambeu.
Não o esborrachou entre os dedos.
Abanou-o para ver se tinha boneco.

Cheira-me que está na hora de começarem os posts sobre este menino que sai tanto, tanto à mãezinha dele. Então no que toca a ovos kinder!...

Querido, mudei o nome à camisa

Há um par de semanas comprei uma camisa. HÁ QUEM DIGA que parece uma toalha de mesa.
Vichy, é o que aquilo é: vichy!! Que inguenurância das modas!

terça-feira, 14 de abril de 2015

Estávamos a assistir a uma representação teatral. Uma flor aparecia do nada de entre uns panos.

Olha, Pedro! É magia!

Mamã, não enganes o menino...
Por que dizes isso, João?
A magia não existe! Aquilo é só ilusão. É ilusão, mano...


Não sei por quanto tempo vou conseguir manter o Pai Natal lá por casa.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Qual é a escova de dentes do João?

Cars? 
Nã... Acha muito infantil.

Jake o pirata?
Nã... Acha muito infantil.

Angry birds?
Nã... Acha muito infantil.

Invizimals?
Nã... Acha muito infantil.

Sponge Bob?
Nã... Acha muito infantil.

Qualquer clube de futebol?
Nã... Acha muito infantil.

Então?





E fui eu a comprei para dar ao pai. Vamos continuar a falar de maturidade?

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Estou aqui a olhar para o Pedro, a fazer horas para irmos para a cama. Está ali ao pé do sofá a esgaçar uns quantos angry birds com uma concentração que, de vez em quando, se desfaz em gargalhadas. Quando se ri, olha para cima, fixa-me o olhar e atira-me um daqueles sorrisos que só ele é capaz de inventar. É tão doce este meu menino. Tem um olhar malandro que me deixa a alma ofegante.
Daqui a pouco vamos entrelaçar-nos na cantiga para dormir: o melhor momento do meu dia. Um de cada lado e eu no centro do mundo deles. É por isso que cá em casa damos muito colo, muito mimo, muitos abraços e beijinhos. Somos adeptos fervorosos do co-sleeping e das tardes passadas no sofá de mão dada e cabeças encostadas. É que daqui a nada, num abrir e fechar de olhos, deixamos de ser isto que somos agora para eles. 


E só o voltaremos a ser quando tiverem a idade que temos agora. 
Felizmente.
  
Já andávamos à procura de um boneco do homem aranha simbiótico há que tempos para o João! Nem nas lojas, nem na net, nada... Até que, no Vasco da Gama, num quiosque, lá apareceu o boneco e o miúdo ficou preso à montra. Trouxe-o na mão o resto da viagem.

Quando chegamos a casa, a avó vinha toda contente com uma prenda para o netinho. 

É uma coisa que já queres há muito tempo e a avó encomendou. Finalmente chegou e vais gostar muito!

Quando abriu o embrulho e viu um homem aranha simbiótico exatamente igual ao que comprou lá em baixo, fez-me sinal de silêncio e foi sorrateiramente esconder o que tinha para a avó não ficar triste. Este menino derrete-me.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

No restaurante do hotel, onde encontramos pessoal do mais atencioso e simpático que há, ofereceram uns balões giríssimos aos miúdos:
Toma lá um balão, porque comeste a sopa toda!
Tinham umas cores lindas e eles ficam encantados, mas no dia seguinte já quase não tinham ar.

Não faz mal! Vamos lá baixo pedir outro!
Nem penses, mãe! Ainda me obrigam a comer outra sopa!

Ainda a propósito da diferença entre homens e mulheres

Quando fomos ao zoo, estivemos a observar uma família de macacos. Espetacular! Estavam duas crias a brincar perto da água e, sempre que se aproximavam demasiado, a mãe ia buscá-las. Mesmo quando parecia estar distraída, lá lhes deitava a mão, ou a pata, e puxava-as para local seguro. Ao lado estava um macaco adulto a dar cambalhotas.

Querem que vos explique por que é que o João é um miúdo maravilhoso? Porque depois de observar aquela cena comentou:
O macaco que está a dar cambalhotas só pode ser o pai. 

E continuou o seu caminho. 

Do lado de fora, houve um silêncio constrangedor entre nós, mas cá dentro ouvia-se a minha gargalhada.


Fiz uma formação recentemente na qual, a propósito de outros temas, se discutiu a diferença entre os géneros. Foi muito porreira, com um formador fantástico. A dada altura defendeu que as diferenças entre o homem e a mulher recuam até á pré-história e é daí que vem a incapacidade de pedir ajuda quando se perde, no caso do homem, e das idas em conjunto ao wc, no caso da mulher. É que em tempos primitivos, os homens caçavam e desenvolveram uma orientação diferente da das mulheres, que eram recoletoras e se limitavam a ir colher frutos na vizinhança. Estas precisavam de ir acompanhadas umas pelas outras para se protegerem. Como ficavam em casa, aprimoraram a capacidade de cuidar da família e de tratar de vários assuntos ao mesmo tempo. Os seus companheiros ganharam uma visão afunildada (para apanharem as presas) e é por isso que, quando veem uma boazona na rua, viram o pescoço todo para a micarem. Disse ainda que, fruto desses tempos em que caçavam, os homens precisam de meia-hora de reflexão "em frente à fogueira" quando chegam a casa depois do trabalho.
A minha sugestão é: aproveitem que têm a fogueira acesa e vão adiantando o jantar. Que tal?

Do you Phil the same?

Ando numa de séries levezinhas. Não me apetece ver coisas sérias, não me apetece pensar. Então a Modern Family enche-me todas as medidas. Tudo é bom ali: a relação dos tipos, as mamas da outra, as piadas do fulano, os olhos daquela, tudo bom. Mas o Phil... o Phil é o melhor. Tudo o que ele faz e diz me faz rir. Mesmo quando não faz nada. Gosto particularmente da piada dos limões e da phil's-osophy. É levezinho. Gosto.
Desconfio que o Porto está a jogar. É que está calor, as janelas estão abertas pela rua fora e ouço os gritos vindo de todas elas. Ou será cá de casa? Já nem sei. Não percebo nada daquilo. Alias, a única coisa que sei dizer sobre futebol é que faz todo o sentido que o Lopetegui tenha posto o Quaresma a jogar na época pascal.
É sempre bom voltar. É um sítio em que me sinto em casa. Deve haver qualquer coisa que explique isto. 




  





 




Desmentido ao último post da velha do restelo

Não foi tudo uma seca! Os mais novos deliraram com os teleféricos, enquanto a mãe deles fez o percurso em pânico. Quanto maior era este pânico maior era aquele delírio. Então o do zoo, por cima dos leões!... 

João, não dês saltos!
Isto é saltar, mamã?
É! Não faças isso!
E isto é saltar, mamã?
É, também não podes fazer isso!
E assim?
Pára lá com isso! Estamos a passar mesmo por cima dos leões! 
Hehehehe
Vais de castigo para o teu quarto?
Qual? O do hotel?


quarta-feira, 1 de abril de 2015

Conclusões a que cheguei nos últimos dias: O João é muito feliz em casa. O Pedro tem fixação por animais com penas. Eu e o pai estamos velhos para estas andanças.

Ora bem, vamos lá ver se nos entendemos. 
Uma gaja é do mais caseirinha que se possa imaginar, mas sai do conforto do seu lar para proporcionar aos filhos umas férias simpáticas longe de casa e dos lugares marcados no sofá em frente à playstation e aos tablets. Traça um percurso obrigatório para todos os miúdos destas idades e tenta manter-se fiel ao que estipulou. 
Ah e tal mas não precisamos de papar tantos quilómetros para lhes mostrar o oceanário: temos aqui o sea life tão perto e vai dar ao mesmo. Não, não! É diferente! Temos que ir a Lisboa. Lá é que é!  
Ah mas o zoo da maia serve perfeitamente e é mesmo aqui ao lado, ou o de santo inácio igualmente perto! Não, não! É diferente! Temos que ir a Lisboa. Lá é que é!   

E depois ouve-se este diálogo cá em casa:

Meninos, sabem para que é aquela mala?
Sim, vamos dormir a casa do avós.
Não.
Não?
Não.
Então?
Então hoje vamos para Lisboa.
Oh, que pena! Pensei que íamos dormir a casa dos avós...

E depois chegamos lá e despachamos o oceanário em meia-hora, porque os tubarões são giros e o peixe-lua também e ok está visto e eu até já tinha cá estado no ano passado, podemos ir comer um gelado?

E depois vamos jantar ao restaurante hiper-chique não-sei-das-quantas, mas os hamburgers do Mac são muito melhores.

E depois vamos ao zoológico e eu só quero ver as girafas e os elefantes. Os golfinhos também pode ser. Olha os golfinhos, João! Eu quero é ver as girafas. Olha as girafas, João! São todas iguais. Onde estão os elefantes? Olha os elefantes, João! Que giros. Podemos ir almoçar? 

Ah, mas o Pedro gostou! Então não? No vasco da gama havia escadas e tapetes rolantes. No marshopping também há, mas rolantes a 350km de casa são muito mais giros. Em frente ao oceanário havia pombas. Correu atrás delas. No passeio em frente ao restaurante havia pombas. Correu atrás delas. No zoo havia pombas. Correu atrás delas. Como faz aqui, no passeio em frente a casa. No jardim em frente à escola. No mercado. Ao pé da praia. Aqui, à mão de semear. Mas vá, pombas a 350km de casa são muito mais giras. Exceto no zoo: Pedro pára, isso não é uma pomba, é um pavão!


Para completar o ramalhete: vinha para cá com uma fome do carailho, dei as bolachas todas aos meninos, estava a tentar enganar a fome com litradas de água em vão e quando estavamos a chegar a Espinho olho lá para fora e vejo uma placa que diz CREP. E ainda faltavam cinquenta e tal quiómetros para chegar à cozinha...