mais memórias para:
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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

O que passará pela cabeça das pessoas quando deixam o carro no parque de estacionamento de um shopping? Deixa-me parar o carro num sítio que seja fácil de memorizar...? Não posso esquecer-me da letra...? Tenho que decorar a entrada...? Este piso é de fácil acesso...? A sério! O que lhes passa pela cabeça?
Hoje andava uma lorpa no marshopping à procura do carro. 120 sacos de compras, um estendal e um pacote carregado de pipocas numa mão, o filho na outra. Se não fosse claramente uma situação de aflição, até me dava vontade de rir... que tansa! Depois lá experimentou noutro piso e (tcharan!) encontrou o carro mesmo onde o tinha deixado...
Que vergonha! Espero que ninguém conhecido me a tenha visto!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

A velha história do sabonete que cai durante o duche em versão inocente

Saí da casa de banho a correr descalça enrolada na toalha. Onde raio deixei os chinelos? Porra! Detesto a sensação de frio depois do banho. Ah! Estão debaixo da cama. Atiro com a toalha e agacho-me para apanhar os chinelos. Ouço uma vozinha atrás de mim:
Ui! Foi daí que eu saí?


Não, filho, foi cesariana.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Neste Natal, toma e embrulha! Ah poizé!

À chegada a casa, fiz de conta que ia deitar o lixo fora e saí do carro antes deles. O portão não funcionou logo para me dar tempo de vestir o fato de Pai Natal nas escadas do prédio. Quando entraram no recinto da garagem, o velhinho de barbas atravessava calmamente para a porta de saída. Despi o fato com toda a rapidez que me foi possível - estava toda enchouriçada - e apareci com a naturalidade de quem foi por lixo no contentor. Ohhhh!!! Tinha acabado de perder a oportunidade de ver o Pai Natal... Mas a obervação que se seguiu ajudou-me a superar essa desilusão:

Mamã, mamã, o Pai Natal é tão magrinho!!!!


A sério: experimentem! Uma gastro pouco antes do Natal faz maravilhas!...





domingo, 21 de dezembro de 2014

Gastro 0-1 Cut the rope

Rotavírus em dezembro mesmo antes do Natal? Ahahahahahahaha! Isso é impossível!! Ahahahahaha!!!!! Que piada!!!! AH Ah ah a...

Mas, mas... isso compromete seriamente o calendário do advento chococoiso. Pois compromete.
E os preparativos para a ceia. Pois é.
E a ceia em si. Pois.
E o resto. É. Parece que sim.


Tão giro. Mas olha, espírito natalício não nos falta! Fica um, ficam todos!


Alguém tem lençóis que me empreste?

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Os meus filhos gostam de livros sobre animais. Quanto a mim, farto-me de aprender enquanto eles os estão a ler. Acabo de descobrir, por exemplo, que o cabrinho é filho do gode. As mães aprendem de caraças.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Pessoal das erbalaifes* ponde olhinhos neste senhor!

Precisava de arranjar um sobretudo de homem abaixo dos joelhos. Como não consegui encontrá-lo em loja nenhuma, aconselharam-me a feira. Nada. Porra de modas.
Entretanto, já quase a vir embora, vejo um homem de costas com um casaco igual ao que pretendia. Não tive meias medidas e dirigi-me a ele.
Desculpe, procuro um casaco igual ao que traz hoje. Onde posso encontrá-lo?

O cigano virou-se para mim (só aqui percebi que era cigano) e, com os dedos mindinhos em riste, respondeu-me:

Este casaco é italiano, menina. Isto não se vende por cá nem os ciganos têm disto!




E vocês, consomem os produtos que vendem ou vendem os produtos que consomem?









* Não vão por aí pensar que este atelier faz publicidade encapotada!...

Diz que está prestes a sair um novo episódio da Guerra das Estrelas

Hoje de manhã foi um fartote de rir cá em casa. Enquanto preparávamos os miúdos para a escola, o João deitava o olho à TV. Estava a dar qualquer coisa em que aparecia o Darth Vader. 
Olha, mamã! É aquele mau da Serra da Estrela!

Adoro este menino. E adoro também o que tem de parecido comigo: as calinadas.





quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Quem me explica como é possível que uma pessoa que monta móveis do Ikea num abrir e fechar de olhos sem olhar para o manual de instruções calce sempre, mas sempre, as pantufas dos miúdos ao contrário?

Alguém? 

Não?

Bem me parecia...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Como medir o nível de cultura cinematográfica de uma criança de seis anos? É fácil!
João, queres ver este filme do Bruce Lee?
Bruce Lee? Não conheço... é da família do Bruce Wayne ou do Stan Lee?

domingo, 7 de dezembro de 2014

Primeiro desmentido do Natal

As barritas kinder que decidimos pôr no calendário do advento este ano não cabem lá, por isso, enchi-o com chocolates que coubessem (e de que eu gosto, nada se desperdiça). Todos os dias tem acontecido magia cá em casa, com um João delirante a assistir à troca dissimulada. Escondo uma caixa delas no armário da sala e, num instante, faço a troca, aparecendo-lhe com o calendário aberto no dia e a barrita na mão. O miúdo andava há seis dias convencido de que tem uma mãe espetacular. 
O problema é que hoje tive que lhe pedir para ir buscar umas chávenas ao armário e ele veio da sala com um ar de desilusão tremenda. 

Pega lá as chávenas...
(e fez uma pausa com o queixinho a tremer; olhou para mim com olhos transparentes)
Magia o caraças!


Ora, tendo em conta que ontem, num filme do Mickey, o filho do Pateta desconfiava que o Pai Natal não existe e o João veio contar à cozinha contar-me o quão parvo ele era por não acreditar, parece-me que alguém vestido de gordo barbudo vai passar nesta varanda na véspera de Natal. Tenho tudo planeado: saio pela cozinha e entro pelo quarto. Tenho o fato, só faltam as barbas brancas. A parte da pança também já está.
E não é que posso finalmente dizer que é MEU o pinheirinho de Natal mais lindo do mundo?

E depois da primeira festa do Pedro, o João está a preparar também a sua primeira festa de Natal do 1º ciclo. É de mim ou isto anda mesmo a uma velocidade estonteante?

sábado, 6 de dezembro de 2014

A evolução tem sempre dois lados: por um, tenho pena que o João deixe de substituir o som /r/ pelo /d/. Gostava tanto de o ouvir dizer foda em vez de fora ou glande em vez de grande. Por outro, orgulho-me de saber que já não diz calalho.

E por falar em Natal... já sei o que quero!

Um lençóis de engomar quando já estão postos na cama.

É tão bom ter o mundo nas mãos

O mesmo menino que no ano passado pediu ao Pai Natal uns patins e umas meias que voam, este ano quer um fato do Batman para salvar o universo.

sábado, 29 de novembro de 2014

Alguém explique o conceito de pares mínimos a esta gente, se faz favor!

Hoje, na caixa do continente, a funcionária dava a conhecer ao senhor que estava à minha frente uma recente promoção:
Quando acabar de preencher este cartão pode levar uma faca para casa. 
Ui, menina, eu quero lá uma vaca em casa. É que nem me cabe lá!

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

A professora de Inglês dos meus alunos é meia parva

Hoje, numa aula de Inglês do 12º ano, daquelas em que (felizmente) consigo comunicar nessa língua do início ao fim, tentava ligar o computador para mostrar um documentário. A password do utilizador é alunos@escola. Estive meia aula para conseguir ligar aquela porra. Ia falando, entretendo, metia umas piadas pelo meio, fazia perguntas sobre a matéria, depois sobre a vidinha, ia ficando cada vez mais vermelha de fúria, já bufava e esmurrava (mentalmente) a mesa, o teclado e o monitor. Porra! Já me via a sacar de um martelo e espatifar a bosta do computador, que aquilo não tinha jeito nenhum. Porra!
Tentei de tudo: escrevi a password, apaguei, escrevi de novo, depressa, devagar, letra a letra, capslockei e descapslockei vezes sem conta e o sacana não saía dali. Porra! Pensei logo que teriam alterado a senha, EU ESTAVA A FAZER TUDO BEM, PORRA!!!!! Se tem algum jeito! Alterar a pass e não avisar ninguém!... Bolas! Que falta de respeito! Cada vez mais corada e a deitar faíscas pelos olhos, prestes a desistir, lá resolvi tentar uma última vez, devagar, de va ga ri nho, e lá escrevi: students@school. Ups... Porra...

domingo, 26 de outubro de 2014

Este blog agora é só filhos e bolos, filhos e bolos. Que seca! Nem me apetece cá vir ler isto...

Vamos lá então falar de coisas mais interessantes. Ontem fui-me aos vernizes para o inverno. O vermelho é para ficar, que esse atravessa estações, mas andava já há algum tempo à procura de um castanho que me encantasse.

Posso ajudar?

Sim, com certeza. Queria um verniz castanho, mas receio que nas unhas não fique exatamente esta cor. 

Tem razão, não fica. E não tenho tester para lhe mostrar como fica. Fica mais aquele castanho errrrr... como vou explicar-lhe?... errr

Terra?

Não, é mais castanho errrrr toupeira, 'tá ver?

(Nem por isso! Quando era miúda vi umas quantas toupeiras, mas estavam todas sujas de modos que não me recordo lá muito bem da cor exata que tinham...) Não estou a ver bem qual é esse castanho... É castanho acinzentado, não é?

Não! Credo! Nada a ver! É mesmo castanho toupeira, 'tá ver?

(Não, por acaso continuo a não 'tar a ver) Mas não é assim a fugir para o cinzento?

Não!!! Olhe é melhor levar outra cor!



Acabei de pintar as unhas (e o resto dos dedos, que a pressa é mesmo inimiga da perfeição) de castanho-toupeira ali na varanda. Está um tempo veranil maravilhoso e aproveitei os 4 minutos e 20 segundos de calma nesta casa para lá ir sem ser necessariamente para por a roupa a secar lá fora. Acabei por reparar numa coisa importante e da próxima vez já sei o que pedir:
Queria um verniz castanho-da-cor-dos-alumínios-das-janelas-da-minha-varanda, 'tá ver?


Ele há clientes mesmo CHATAS!



quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Para quem convive comigo mais amiúde aquilo do testículo do Markl é coisa poucochinha...

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Acabados os trabalhos de casa, o João dá-me uma lição de ditongos. Escreve-os e pede que os copie para lhes rabiscar um certo por cima. Está com um ar meio distraído. De repente diz Estou aqui a pensar numa coisa. Deixa-me experimentar! e começa a misturar as letras: saem-lhe tritongos. Adoro este olhar de quem acaba de descobrir a pólvora. Realmente o mundo é das crianças...
Quando está sentado na cadeira de refeições, o Pedro agarra-me a cabeça com as duas mãos, encosta-a ao peito e cheira calma e profundamente o meu cabelo. Quero lembrar-me desta sensação para sempre.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Que orgulho! O meu filho ainda não sabe falar inglês (muito bem)! 3

Quando o tablet está nas mãos do João só se consegue ver quedas engraçadas, apanhados e outras porcarias no youtube.

Mamã, mamã, anda ver este menino a dizer asneiras!

Do outro lado do ecrã, um piloto de rally grita num perfeito british accent What the fuck! What the fuck! What the fuck! Are you trying to kill me?

E o que está o menino a dizer, filho?
Ele está a dizer ó totó, ó totó, ó totó, anda pró pé de mim! É mesmo malcriado!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

TPC

O trabalho de casa hoje constava, entre outras coisas, em observar um círculo com um determinado número de elementos e desenhar menos elementos no círculo ao lado. Desenhar - que seca!!!!

Eia! Este trabalho é mesmo fixe! É tão fácil!
É, João? Que bom! Então diz-me lá: aqui tens 5 elefantes. Quantos vais tu desenhar então?
Nenhum! Zero é menos que cinco!

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Não é por nada, mas quando ouço falar no estilo dandy só me lembro disto


Medir o tempo

João, vamos dormir!
Mamã, só mais um bocadinho...
Quanto tempo é um bocadinho para ti, filho?
São só mais duas aventuras assustadoras do Billy e da Mandy.

domingo, 31 de agosto de 2014

Da preguiça

Filhote, faz aí um desenho para a mãe adivinhar o que é.
Oh, não me apetece... não gosto de desenhar...
Vá lá! Só um!
Está bem...
Tchqtchqtchqtchq
Ora, isso é só um quadrado!
Não, não!
Ah! É um quadrado com outro dentro.
Nãããã...
Uma televisão?
Não.
Um livro?
Não.
Desisto. Não sei o que é.
Como não sabes, mamã? É tão fácil! Não se vê logo que é um quadro do homem aranha?
Mas... não há aí nenhum homem aranha!
Claro que não! O quadro está de costas!

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Como descobrimos que um menino sabe o que é o amor?

O pirata mais velho foi dormir a casa dos avós. Como o sono não chegava, disse ao avô:
- Eu sei como fazemos: pensamos em coisas de que gostamos muito e o sono aparece!
- Mas eu não sei em que devemos pensar! - respondeu-lhe o avô.
- É fácil: eu penso em super-heróis e tu pensas em mim e no mano!



terça-feira, 19 de agosto de 2014

Então o teu pequenote a que horas se deita?
Às nove e meia.
E a que horas acorda?
Às seis.
E naquelas ocasiões especiais, como férias e assim?
Às seis.
E se houver festa e se deitar ainda mais tarde?
Seis.
E...
Seis.


Seis.

domingo, 3 de agosto de 2014

O João tem uma costela linguista parecida com a minha. Questiona frequentemente algumas situações  que lhe parecem ser absurdas. E são. Hoje pôs em causa o género de alguns nomes.
Mamã, já reparaste que pila é a pila e pipi é o pipi? Que disparate!
O Pedro, do alto dos seus dois anos, joga pet rescue como gente grande. Esta geração é tramada. Nós tínhamos que chegar à adolescência para acharmos que sabíamos tudo. Estes miúdos já sabem tudo e não sabem disso.

domingo, 27 de julho de 2014

Já não tenho conserto

Em que dia da semana calha o aniversário do pai?

É uma quinta, mãezinha.

De certeza?

Sim. Decorei porque tenho um concerto nesse dia.

Ahahah! Tens o quê nesse dia?

Uma consulta. O que é que eu disse?

...

Ter filhos é uma chatice (tenho que criar uma etiqueta...)


Prefiro os momentos de algazarra, em que correm um atrás do outro e fazem imenso barulho, gritam, pontapeiam a bola contra as paredes, saltam em cima do sofá. Mas também me delicio com aqueles em que estão ali, quietinhos, a deixar-se ganhar mutuamente para que o outro fique contente. Isto, sim, é glória.

sábado, 26 de julho de 2014

Mamã, chegas aqui à sala, por favor?
Sim, filho, precisas de alguma coisa?
Estou aqui a fazer um postal para a vovó e preciso que me ajudes. Mas ajudas-me e não dizes nada nem fazes caras estranhas nem ficas assim a olhar para mim com ar esquisito, está bem? Ensina-me a escrever vovó gosto muito de ti.


quinta-feira, 3 de julho de 2014



Do que eu precisava mesmo era de um éclair, mas em fecho. 
Não há condições para continuar com a dieta...

sábado, 28 de junho de 2014

Ser seguro de si próprio é...

O João nunca está errado. Nunca!

Mano, está muito sol, anda cá: vamos por os chapéis.
Chapéus, João, o plural é cha-péus!
Cha-péis! Não percebes nada disto. Não vês que estamos a falar em inglês?





A sério. Nunca!

Ter filhos é uma chatice (temos matéria para muitas postagens)


Eles zangam-se. Um com o outro. Connosco. Nós zangamo-nos. Com eles. Um com o outro. Enfim. Há por aqui alguns mamã agora sou eu no teu colo, já sei quem é que vai tirar o carro da garagem com o pai porque é sempre a mesma coisa, quando chegares a casa quero que me dês um beijo primeiro. Passam muitas vezes um pelo outro e nem se vêem, entretidos com as suas coisas. Ou então, o mano não me liga nenhuma e eu queria mesmo era brincar com ele
Mas garanto que isto não é a regra. Acontece aqui e ali. Mas a regra é olhem, olhem os dois agora que o mano está a fazer-me festinhas na cabeça!
Como é que os meninos hão de gostar de sopa se se parece com cocó?

Passo a explicar: não se parecem.

A sopa preferida do João é, desde sempre, caldo verde. Quanto mais chouriço melhor.
Já o Pedro aprecia uma boa sopinha de beterraba. Não, aquilo lá em cima não é bloody mary.

Não há como confundir com cocó. A menos que já esteja seca. E nas meias do mano. :)

Então e sopa? Os teus filhos gostam de sopa?

Ontem, depois de jantar, os miúdos foram brincar para o quarto.

Mamããããã, disse o João com toda a calma, era melhor o Pedro sair de cima da minha cama, porque acho que tem cocó nas meias e vai sujar os lençóis.

Fui espreitar. Não é cocó, filho, é sopa. Deve ter-se sujado a comê-la há bocadinho.

Sopa? Sai já daí, mano. Que nooooojo!


sexta-feira, 27 de junho de 2014

Sou professora há catorze anos. Já ensinei língua portuguesa, português e literatura portuguesa, inglês, história e geografia, expressão dramática e teatral, a miúdos do secundário, do terceiro ciclo, do segundo, a adultos do recorrente, EFA e CEF, turmas de percurso curricular alternativo e adultos em formação, vigiei exames de todas as áreas, percorri o país e conheço amiúde as zonas norte e centro. Confesso que é a primeira vez, e já ouvi, li e vi muita coisa, que fiquei mesmo, mesmo, mesmo de boca aberta:

Ora então e a sinestesia. Alguém sabe explicar em que consiste?


É a mistura de sensações, não é, stora? Tipo, a parede branca e fria - tem a visão e o tacto.
Ah, mas então os invisuais não conseguem entender esta figura de estilo, como não vêem...
Estás parva ou quê?
Ah, pois é, entendem se lerem o texto naquela linguagem deles... o... o... hebraico!!


(Alunos de 12° ano de línguas e humanidades, cá beijinho. Agora ide estudar.)

Ter filhos é uma chatice... (continuação)



Efetivamente, tudo muda quando nos aparece uma criaturinha lá por casa que em tudo depende de nós. Mesmo quando já nem em tudo deveria depender.
Levante o dedo a mãe que consegue ir à casa de banho e terminar o que ia fazer sem procurar atrapalhada o rolo de papel, provavelmente já espalhado pelo chão ou enrolado à volta da maçaneta, antes de ter que o fazer com um ou dois putos já ao colo.
Levante o dedo o pai que consegue terminar continuar começar a jantar sem sobressaltos, interrupções barulhentas e nervos à flor da pele.
Levante o dedo, ainda que timidamente e a acenar que não, que consigo não é assim, a mãe que nunca disse anda lá depressa que ele deve estar a acordar para mamar e vê lá se não me tocas nas mamas que não me apetece estar a lavá-las outra vez.
Levante o dedo o pai que papava dois ou três filmes por noite antes de se esparramar no sofá e ficar lá até às 5 da manhã e agora tenta vislumbrar uma ou outra série entre intervalos de Disney Channels Cartoon Netwoks.
Levante o dedo a mãe que ia tentar disfarçar as estrias e pneus para a varanda enquanto devorava Cosmopolitans e Vogues esticada ao sol e agora usa as revistas para marcar as balizas enquanto dá uns chutos na bola que lhe estragam o verniz vermelho acabado de atirar para as unhas dos pés.


Pronto, podem baixar.

É que depois eles correm assim, lado a lado, esperam um pelo outro para nenhum dos dois perder a corrida e... enfim... é uma chatice.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Ter filhos é uma chatice

Anda aí uma grande polémica, mas eu, desde que me vi envolvida numa cena de pancadaria no liceu por causa de um rapaz que nem conhecia, fujo assim que me cheira a esturro. E esta polémica cheira mesmo. Vem um pediatra diz que tal, a malta grita que absurdo, vem outro diz que nem por isso bem pelo contrário, a malta grita que absurdo, junta-se-lhes quem tem sempre uma opinião sobre tudo, quem nunca tem opinião sobre nada mas gosta de espalhar as dos outros, enfim, cenas do faroeste que nem ao Lucky Luke lembraram. Por isso, jovem, se desde que nasceram os teus filhos,

não consegues fazer em condições as coisas lá pelo WC

não consegues fazer em condições as coisas lá pela cozinha

não consegues fazer em condições as coisas lá pelo quarto

não consegues fazer em condições as coisas lá pela sala

não consegues fazer em condições as coisas lá pela varanda

então está identificado o teu problema: a tua casa é uma merda. Muda de casa!

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Pois é, pois é, vem aí o verão. Eu cá já tenho andado a tratar da linha para não fazer figurinhas na praia e não me importo nada de partilhar o meu doloroso plano de treino. Contudo, devo avisar previamente que se trata de exercício árduo e não o aconselho a pessoas que não estejam minimamente preparadas para sacrifícios desta natureza.
Comecemos pelos agachamentos, tão relevantes para recuperar ou manter a firmeza do rabiosque: a primeira coisa que fiz foi colocar os pacotinhos de belgas na prateleira de baixo. Ir buscá-los obriga-me a um intensivo exercício de várias séries (daí a importância de serem pacotes individuais), naturalmente interrompido por momentos de pausa (enquanto as mando abaixo) e que, desde que se tenha o cuidado de escolher bolachas de que realmente gostemos, pode ser repetido ao longo do dia.
Outra parte imprescindível deste plano passa pelo treino de abdominais: esta parte é das mais fáceis, não entendo por que se queixam tanto de trabalhar esta zona. Eu limito-me a dispor as mini-barras de Bounty no sofá o mais longe possível do meu alcance. Quanto mais longe estiverem, mais trabalho esta área.
Para queimar gordura: fazer dois filhos que só querem a mãe para isto e para aquilo. São muito autónomos, atenção! Mas para lá chegarem tive muitas vezes que desejar sentar-me na espreguiçadeira e ensaiar o movimento de o fazer para ouvir imediatamente um mãenheeee e nem chegar a roçar a almofada quanto mais alapar o coiso. Ora, isto, parecendo que não, exige muita flexibilidade (no que toca à paciência) e é bastante glúteofriendly.
Sinto, honestamente, que este plano está a funcionar. Espero que se vá notando mais e mais lá para julho ou assim.


Entretanto também já adquiri um triquini que me tape consistentemente as partes, não vá isto não se dar. Mas duvido.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Estou tão crescida! Fiz um teste credibilíssimo de idade mental no facebook: 21 anos. Eu logo vi que a minha postura não é adequada à idade!

quarta-feira, 26 de março de 2014

João, vamos, vai buscar o teu casaco.

Tudo eu, nesta casa, tudo eu! Mamã, também que começar a fazer alguma coisa!

Hein?!?



Pupá, desliga-me esse computador. Isso faz muito mal aos olhos e ao cérebro, sabias? Acorda prá vida, pupá!

Hein?!? Hein?!?





Há noites em que uma gaja não pode ler coisas como esta sem ficar abananada.

terça-feira, 25 de março de 2014

E quando o jantar está pronto e o João chama o mano para a mesa?
Anda, filhote, vamos comer!

:)

segunda-feira, 24 de março de 2014

Momento embaraçoso do dia

Estávamos a chegar a casa, aguardávamos a chegada do elevador, onde vinha a vizinha. Saiu, nós entrámos e, naquele momento em que cruzámos olhares com um sorriso de boas-tardes, o João diz (muito alto) Ui, que cheira tão mal aqui dentro!

Ainda estou aqui a pensar se o meu acenar com a cabeça aliado ao sorriso que tinha nos lábios pareceu:
um boa tarde e até loguinho,
um caramba, João, podias ter esperado que a senhora saísse,
ou um realmente o meu filho tem razão e a senhora podia ter esperado por sair do elevador.







quarta-feira, 19 de março de 2014

Amor de Filho em Dia de Pai

Ao almoço, o pai manda uma cacetada descomunal com o joelho na pata da mesa. Com um ar preocupado, o João observa o pupá a queixar-se e a mudar de sítio para não voltar a bater. Passados alguns minutos, ouve-se entre dentes:
Bolas! Ainda bem que eu estou sempre sentado a meio da mesa.
Enfim... amor de filho...

quarta-feira, 5 de março de 2014

Sabemos que estamos a criar bem os filhos quando tentamos domar uma gastro enfiadas na cama e do outro lado da casa, no quarto do mano, o João adormece o Pedro a cantar-lhe docemente o "sobe sobe balão sobe".

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Ora porra! Isto vai levar muitos asteriscos!

Hoje de manhã disse para mim: vou dar um descanso à máquina e vou lavar esta roupinha toda à mão. Aproveito o sol maravilhoso que finalmente resolveu dar a cara e ainda consigo por a corar os bodies e as camisolas e calças cheias de nódoas que para aqui andam. Dou uso ao bom velho sabão macaco e, como está vento, num instante isto seca tudinho. Estive a manhã to-da nisto. Era um montão. Esfreguei, esfreguei, fiquei com os dedos num oito, lixei o verniz todo, mas a roupa estava a abanar ao vento ali na varanda ainda antes do meio-dia. Ao fim da tarde estava tudo seco. 
Olho lá para fora, sorrio, orgulhosa e satisfeita por finalmente conseguir secar um estendal sem ter dar uso ao aquecedor. Quando desalapo o rabo do sofá para ir recolher a roupa, uma put* duma gaivota faz um voo raso à varanda e cag* roupa, estendal, varanda, vidros, tudo. 
Fod*-se, agora vai tudo para a máquina! Não vou voltar a lavar tudo à mão! 
Quando a máquina acabou de lavar, começou a chover. *******!

sábado, 25 de janeiro de 2014

Por que é que uma pessoa passa toda uma vida a tentar convencer os outros de que fez escolhas acertadas, de que é mesmo aquilo que quer, que há muitas opções mas só aquela nos satisfaz e quando, aleatoriamente, decide fazer inversão de marcha e tomar um rumo diferente, chega a casa e TODOS os dias ouve "hoje vens muito bem-disposta", "agora andas sempre a sorrir", "estás contente, não estás?", "acertaste finalmente?"?