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sábado, 5 de agosto de 2017

Ando embevecida a ver estes dois irmãos e a forma como lidam diariamente um com o outro. No aniversário, o Pedro quis, como prenda, uma bicicleta nova para o mano. Agora andamos a sondar o João para sabermos se acertamos no que ali está escondido. Parece que vamos ter que guardar aquilo para mais tarde: pediu uma prenda para o irmão. 
Mundo, não estás preparado para estes dois meninos que em ti pusemos.
Ainda estou a limpar as lágrimas. Chorei de tanto me rir. 
Os miúdos estavam a ligar o computador quando apareceu uma nova imagem no ecrã.
João - Olha, mãe, a tua imagem de utilizador é um lindo farol no cimo de um rochedo a orientar os barquinhos lá ao fundo. 
Pedro - Vamos ver qual é a tua mano? E a minha também!
João - Que gira! A minha é uma paisagem do campo!
Pedro - Ah! A minha é uma montanha na primavera! Falta a do pai. Vamos ver!

Aparece, em primeiro plano, agarrado ao tronco de uma árvore, com olhos de quem acabou agora o turno, um preguiça bonacheirão.

João e Pedro (em uníssono) - Um preguiça! Faz todo o sentido!

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Instalar um sistema de rega automática na varanda é capaz de ser coisa que não agrade aos vizinhos e muito menos a quem vá a passar.

Trago comigo uma grande preocupação: tal como quem tem animais de estimação e precisa agora de os levar consigo para onde quer que vá, ou para o hotel que os vai albergar, ou, sejamos francos, para casa dos pais, eu não sei o que fazer aos meus vasinhos das aromáticas. Se as deixo para trás, quando regressar, venho encontrar um matagal de palha. Quantos vasinhos caberão numa mala para transporte de gatos?

Mensagem subliminar auditiva

Lembram-se daquela experiência com a mensagem subliminar da Coca-Cola de que ouvíamos falar na nossa infância? Pois, a partir de hoje, nenhum Vicary precisa de me convencer: estou certa de que estas coisas funcionam mesmo. Não há fraude. Primeiro, porque o meu estômago é mais rápido do que a minha perceção visual e não preciso que me convençam a beber Coca-Cola ou a comer pipocas seja em que momento for. Depois, porque hoje vivi uma experiência do género, mas ao nível da perceção auditiva. Nota mental em jeito de conclusão - não voltar a descarregar aleatoriamente um qualquer conjunto de músicas para acompanhar o meu exercício físico. 

Está calor. Não dormi em condições. Saio de casa já cansada, mas com muita necessidade vontade de correr. O ar abafado bate-me na cara e vai-me bofeteando a cada passada. Inicia a música. Não conhecia, mas o ritmo é promissor para acelerar na subida ali à frente. Trata-se de Primeira Dama de David Carreira que começa assim, mesmo no início da subida: Estou a ficar sem ar / Custa respirar. Foi neste segundo verso que desliguei o telemóvel. E voltei para casa. Estou no sofá a tentar recuperar.